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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Parcerias Estratégicas - as "cartas" ainda estão sendo embaralhadas.

Desde setembro próximo passado, tem avançado, a passos largos pelo menos em termos de visibilidade, uma parceria militar entre Brasília e Paris, que ao mesmo tempo que joga para escanteio os EUA, abre um leque de opções políticas e de negócios destinado a nos livrar, em alguma medida, da tutela norte-americana.
Ao lado do programa de reaparelhamento, renovação e transferência tecnológica na FAB, que vai prover uma cadeia de esforços de capacitação tecnolócica e de formação de mão-de-obra em inúmeros setores produtivos e acadêmicos, e que foi complementado ainda pelos investimentos na MB, surge agora uma outra perspectiva.
Ao Programa FX-2 (Fighter X - 2º versão), ou seja, a proposta de de renovação dos meios da FAB para o segmento dos caças de combate, aparece uma possível versão naval deste programa. Configuraría-se assim um FX-Naval que incluiría novas embarcações de superfície (Porta-Aviões, navios de escolta como fragatas e corvetas, mais submarinos que os 4 já anunciados, embarcações de apoio com transporte de helicópteros, tropas e equipamentos de uso anfíbio, mísseis, torpedos, sistemas de rastreio, etc.
Transcrevo abaixo uma parte das informações contida no site : http://defesabr.com/MB/mb_fx_naval.htm#KDX-II
A aliança com a França, que permitira a construção de boa parte do pacote de armas no Brasil, com opção de comercialização para a América Latina, o que hoje é obstaculizado pelos EUA - como recentemente ficou demonstrado com o veto do governo norte-americano à venda de aviões super-tucanos para a Venezuela, e que não foi concluída pois vários dos sistemas do avião vêm dos EUA. Além disso, o apoio françês ao pleito brasileiro junto ao CS da ONU, reforça o papel de Paris na região, portanto não é isenta de compromissos esta parceria.
Para o Brasil, uma linha alternativa com os franceses abriu o leque de parcerias para que não se configure a dependência com um único parceiro, o que significaria trocar a dependência de washington por outra, equivalente, com Paris.
Nesta linha de raciocínio, existem contatos com a China, numa parceria que é econômica (seu mercado consumidor), política (junto com a Índia e Rússia formam os BRICs) e militar (o desenvolvimento de uma marinha oceânica para ambos os Estados). O Brasil participaria de projetos de desenvolvimento naval e a China abriria outra frente de negócios militares na América Latina. Tem havido negociações para a venda de blindados, mísseis, armas leves e caças para alguns países sul-americanos.
Outra parceria que se cogita é com a Coreia do Sul, cujos estaleiros da Hyundai poderiam fornecer - com preço e rapidez - um grupo de embarcações de superfície que dariam, com folga, a supremacia militar de superfície para a MB no ambito do Atlântico Sul.

Toda a longa negociação do FX-2 não parece corresponder a aquisição de apenas 36 aparelhos e analisada por uma comissão que têm, hoje, 60 especialistas envolvidos. É provável que de fato esteja sendo delineado um programa de construção de mais de 100 aviões, de forma a tornar viável a transferência de tecnologia.
Para a MB, o programa incluiria a reforma do Arsenal de Marinha (AMRJ) e a formação de mão-de-obra capacitada, como o acordo naval com Paris incluiu a construção de um estaleiro de submarinos em Sepetiba/RJ.
Assim, ao lado do reaparelhamento militar segue o esforço para superar o gap tecnológico que atrasa o país, impede negócios e fecha oportunidades.

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