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sábado, 22 de maio de 2010

Velho Problema, Novos Dilemas

Em sua primeira parada na rodada de viagens diplomáticas pela Ásia, a Secetária de Estado Hilary Clinton afirmou ontem, no Japão, que a RPDC "sofrerá todas as consequências internacionais" de seu ato.  Se o teor desta frase for confirmado, ela é uma explícita ameaça de retaliações pelo afundamento do navio de guerra sul-coreano.
Uma dura condenação já conta com a adesão da Austrália e do Japão, embora a própria Coreia do Sul venha evitando um tom belicista, ainda que disposta a aplicar sanções.
Segundo conclusões de uma investigação internacional, e divulgadas na 4ª feira passada, dia 19, as causas para o naufrágio da corveta Chenoan numa área de litígio entre as coreias no Mar Amarelo, decorreu do disparo de um torpedo lançado por algum submarino norte-coreano.  Embora o submarino não tenha sido reportado, os destroços do torpedo, segundo os investigadores, possuia nítidas inscrições norte-coreanas; apesar ne não terem sido apresentadas.
A Coreia do Norte insiste que retaliações serão entendidas como guerra, rompendo-se todos os acordos e protocolos estabelecidos desde 1953 e que permitiram um cessar-fogo mas não uma paz definitiva entre os beligerantes.  Também insistem que seus próprios investigadores tenham acesso a todo o material e relatório internacional, sem nenhum tipo de restrição, já que insistem que tudo não passa de um ardil.
A China, classificou o episódio de "incidente infeliz" e se esforça para evitar medidas mais duras contra Pyongyang, evitando assim que uma escalada retórica evolua para sanções econômicas e uma desastrosa aventura militar, desfechada seja por que seja.  Uma hipotética guerra peninsular, e que num cenário dramático culmine com o uso de armas nucleares, faria da fronteira sino-norte-coreana uma área de fuga dos cidadãos da RPDC e fatalmente tornaria o sul da China um campo de refugiados para famintos e desenraizados vindos da Coreia.  Assim, por laços históricos e pragmatismo, Pequim deve evitar qualquer sanção via Conselho de Segurança.
Evitando fazer afirmações belicistas, o governo de Seul assinala porém que estaria disposto a interomper rotas marítimas e aéreas que estejam em áreas suas, causando além de transtornos de circulação para os norte-coreanos, um aumento de tempo de viagens, custos e preços, no caso de embarcações fretadas.
Segundo a agência Prensa Latina, os norte-coreanos vão invalidar o Pacto de Não-Agressão na hipotese de concretização de ameaças.
Com um exército de mais de 1 milhão de homens e um potencial humano de mais de 12 milhões de habitantes com idade militar, a Coreia do Norte é uma ameaça direta aos cerca de 40 mil norte-americanos e 680 mil sul-coreanos que lhe fazem oposição.  Por outro lado, os EUA e seus aliados em Seul, contam com armas mais sofisticadas e de maior poder destrutivo, pois embora a RPDC tenha armas nucleares, ainda não alcançou o estágio de ser capaz de lançar uma ogiva por meio de mísseis.
Mas a Rússia e a China apenas assistiriam uma detonação nuclear em suas cercanias? 

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