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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sobre as Sanções (1)

A ONU, por intermédio do Conselho de Segurança aprovou uma resolução de sanções contra o Irã e seu programa nuclear.  É a quarta rodada de sanções.
Brasil e Turquia perderam pois apesar de seus esforços - classificados por parte da imprensa como algo próximo do "bisonho" - pois nosso país ficou isolado.  Estranho que os jornais não se refiram da mesma forma à Turquia.  Se o Brasil está isolado, e a Turquia estava no mesmo projeto, é lógico estender aos turcos o mesmo isolamento que agora nos apontam.
Mas será mesmo?
Primeiro que a resolução aprovada pela maioria foi feita antes que os termos do acordo tripartite Brasil-Turquia-Irã tenha tido uma efetiva conclusão na sua análise pela AIEA.
Em segundo lugar, China e Rússia que têm em distintos graus problemas com populações muçulmanas, votaram a favor das sanções mas destacaram sua provável ineficácia.  Então foi um voto do tipo "morde/assopra" destinado mais demonstrar um alinhamento com a diplomacia dos EUA mas sem se comprometer efetivamente.
Em terceiro destaca-se que uma vitória dos EUA seria uma resolução que mais que aprovada, o fosse com unanimidade, e isso não aconteceu.
Em quarto consideremos que o Brasil e a Turquia mantiveram-se fiéis aos esforços de moderação mesmo diante das pressões norte-americanas.  Lembremo-nos que apenas um dia após o anúncio do acordo tripartite o governo dos EUA anúnciou mais sanções sem nem tomar conhecimento do que fora acordado.
"Quem ousa Vence" é o lema do SAS (Special Air Service) e tanto o Brasil como a Turquia sabiam que a questão nuclear iraniana era um risco.  Para o Brasil especialmente, envolver-se numa assunto que o colocaria tão frontalmente contra os Estados Unidos, era um enorme risco diplomático capaz de manchar de forma indelével o prestígio internacional do nosso país.
Como o fracasso é órfão vale considerar que quando o acordo foi obtido, o mesmo foi saudado como um sucesso sem igual nas últimas décadas; e agora, sem atrito, o sucesso virou um desastre.
Sucesso ou fracasso?
Brasil e Turquia mantiveram-se firmes e se o acordo não for implementado não será por sua ação, e sim pela intransigência dos "grandes".  Assim, tanto o esforço de protagonismo como de projeção internacional continuam, tanto que a Secretária de Estado Hillary Clinton engatou uma rodada de viagens pela Ásia com uma outra pela América do Sul.
Ainda que o Irã fizesse mais e maiores concessões, ainda assim as pressões lideradas pelos EUA continuariam, pois apesar de todo o isolamento iraniano desde 1979, ainda assim eles desenvolveram uma indústria militar capaz de produzir de caças a mísseis de médio alcance.  Assim,mesmo sem armas nucleares o Irã se tornou uma potência militar convencional com capacidade para estrangular as exportações de petróleo via golfo.
Qual o crime do Irã?
Tudo bem que seu governo seja extremista e o presidente Ahmadinejad faça declarações estapafúrdias, mas enriquecer urânio a 20% ainda está muito longe de fazer uma bomba atômica.  Porque com Israel se tolera que tenha armas nucleares?

Um comentário:

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