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domingo, 6 de fevereiro de 2011

EUA, Rússia, Alemanha e R.Unido defendem não interferência no Egito

Angelo D. Nicolaci 05/02/11 17:49
Os máximos representantes da Rússia, Alemanha, Reino Unido e os Estados Unidos na Conferência de Segurança de Munique coincidiram neste sábado em apoiar a transição no Egito, rejeitar a violência e exigir eleições, mas advertindo claramente que "são os egípcios que devem decidir sozinhos, sem ingerências".
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, foram os primeiros a deixar claro este princípio de não-intervenção no segundo dia da Conferência, seguidos depois pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o ministro de Exteriores russo, Sergei Lavrov.
Hillary afirmou na capital bávara que observa no Oriente Médio uma nova fase de mudanças extremas e uma região com risco de ser sacudida por uma "tempestade".
Hillary esclareceu que "não é possível manter o atual status quo" e advertiu que nas revoltas civis árabes do Egito, Tunísia e Iêmen "existem riscos de curto prazo".
O atual processo pode dar lugar a "uma instabilidade transitória, pior ainda do que a vivida até agora", por isso exigiu aos governantes árabes afetados "colaboração com a sociedade civil" e "preparação para uma transição democrática bem organizada, planejada e transparente".
"Eleições livres são condições indispensáveis para o funcionamento de uma democracia", estimou o diplomata, ao destacar a importância de solucionar as revoltas árabes, principalmente no Egito, porque "no Oriente Médio tudo está interligado".
Por sua vez, Merkel, considerou um erro realizar eleições precipitadas no Egito, "como ponto de partida para o início de um processo de democratização".
Para a chanceler, o primeiro passo já foi dado, o fato de o presidente Hosni Mubarak ter anunciado que não concorrerá à reeleição e defendeu transição ordenada para evitar vazio de poder.
"O que está claro é que deve ocorrer uma mudança qualitativa", assinalou a chanceler alemã, quem comparou os protestos nas nações árabes com o movimento popular nos países do Leste europeu que conduziu ao fim do comunismo.
A chefe do Governo germânico garantiu o apoio da União Europeia (UE) às mudanças que se avizinham nos países do norte da África, "mas sem discursar".
Merkel ressaltou que a política externa deve ser guiada sempre pelos direitos humanos, embora tenha reconhecido que o modelo de democracia ocidental não é exportável a todas as regiões do mundo.
No segundo dia de Conferência, protegida por 3,4 mil policiais, nem o britânico Cameron, nem o russo Lavrov, mencionaram em seus discursos as revoltas árabes.
O britânico se limitou a lembrar a recente exigência da União Europeia (UE) de uma transição democrática e pacífica "imediata" no Egito.
Em seu discurso, Cameron pediu combate ao terrorismo não só em locais como o Afeganistão, mas no interior das fronteiras, onde se assentou o extremismo islâmico.
Lavrov, por sua vez, coincidiu com Hillary, Merkel e Cameron no pedido de evitar as ingerências externas e exigir reformas no Egito.
Em discurso prévio centrado no bom momento vivido nas relações Ocidente-Rússia, Lavrov recuperou um dos grandes temas previstos, mas depois estacionados pelas revoltas árabes, a corrida nuclear do Irã. Assinalou que não vê necessidade de aumentar as sanções e considerou este instrumento esgotado.
"Agora devemos desenvolver um plano completamente claro, um plano passo a passo", declarou o chefe da diplomacia russa, quem disse não ver outro caminho que o de "atuar e negociar".
O segundo dia de Conferência de Segurança, que neste sábado registrou nos arredores uma manifestação de 900 manifestantes, foi iniciada de manhã pelo secretário-geral da Otan, - (?) grifo meu - Ban Ki-moon, quem defendeu que "a vontade do povo deve ser respeitada", em referência às revoltas árabes.
"Esta vontade popular foi claramente demonstrada", disse Ban, quem apostou por eleições como a melhor forma de sair das situações de tensão nos países árabes.
Fonte: EFE

Technorati Marcas: Egito,Diplomacia na Crise

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