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domingo, 13 de março de 2011

Situação Líbia Segue Indefinida

Numa semana marcada por fortes reviravoltas, como a decisão de Paris em reconhecer o Conselho de Transição, a ofensiva militar dos governistas sobre os rebeldes, as ameaças de intervenção armada no conflito e as reuniões da Liga Árabe e da OUA (Organização da Unidade Africana), reafirmou-se o velho adágio de que a 1ª vítima numa guerra é a verdade.
Enquanto a OUA definia uma posição contrária a qualquer intervenção externa no conflito, a Liga Árabe reconhecia a validade do estabelecimento de zonas de exclusão aérea para deter os bombardeios  da aviação líbia contra a população civil, o que, no entanto, só parece fazer algum sentido se tal medida fosse combinada com sua extensão para “zonas de exclusão terrestres”.
Os ataques aéreos levados a cabo pelo governo de Trípoli são mais peças de propaganda que algo ue de fato aparente ser capaz de inverter a maré da guerra.  Basta olhar os números de baixas que são relatados.  Muito mais danosos à causa dos rebeldes foi a retomada de territórios tanto à leste como no oeste da capital. 
O avanço de forças terrestres apoiadas por blindados e operações aéreas tiveram muito mais impacto de fato, vista a assimetria de recursos entre rebeldes e governistas, do que apenas os bombardeamentos.  O que por sinal acabou ocorrendo no Iraque, quando o bloueio aéreo foi combinado com o terrestre, impedindo que as forças de Saddam operassem tanto contra os curdos (ao norte) como em relação ao xiitas (no sul).
Para Kaddhafi, a retomada de territórios restaura uma certa legitimidade à sua resistência, à custa da causa da revolução.  E um governo que nos primeiros dias da revolta apresentava-se como “por horas” de seu fim, ressurge agora embaralhando os apoios externos  ao movimento.
E enquanto seguem as preparações militares com vistas a execução de possíveis interdições, com o remanejamento de unidades aéreas da OTAN – ai incluídas unidades italinas em virtude da denúncia de um tratado de não agressão entre Trípoli e Roma –, cogitam-se movimentações de Typhoons, Rafales e as aeronaves de procedência norte-americana.
Ontem haviam notícias desencontradas sobre avanços de forças do governo, resistência dos rebeldes, deserções e execuções entre os aliados de Kaddafi, todas elas carentes de confirmação. 
Neste estágio do conflito, com a ausência de repórteres internacionais isentos na checagem dos acontecimentos, ou sua posterior avaliação para sanção ou denúncia, as informações circulam sem uma base de veracidade.
Todos os lados querem vencer a primeira batalha: a da informação.
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