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sábado, 17 de dezembro de 2011

Forças dos EUA retiram-se do Iraque

O Iraque recuperou nesta sexta-feira 16 a última das 505 bases militares controladas pelos Estados Unidos em seu território desde a polêmica invasão do país, em 2003.


“Com orgulho anunciamos hoje ao povo iraquiano a transferência da última base militar americana. Hoje viramos a última página da ocupação”, afirmou à imprensa o representante do primeiro-ministro, Hussein al-Assadi.

Al-Assadi acabava de assinar com o coronel americano Richard Kaiser os documentos de transferência em uma sala desta base, chamada de Imã Ali pelos iraquianos e de Camp Adder pelos americanos.

Este imenso acampamento localiza-se a sudoeste de Nassiriya, 305 km ao sul de Bagdá, junto à cidade antiga de Ur, onde, segundo a Bíblia, nasceu o patriarca Abraão.

“Comprometemos-nos a deixar o Iraque em 31 de dezembro e os Estados Unidos cumprem com suas promessas”, disse o coronel Kaiser.

Posteriormente, um oficial hasteou a bandeira iraquiana.

“É um dia de liberdade e prometemos ao nosso povo ser fiéis ao nosso exército, ao nosso Iraque e a agir por sua unidade”, declarou aos soldados o novo comandante da base, o tenente-coronel da força aérea, Hakim Abud.

Esta transferência marca simbolicamente o fim da presença militar americana, ainda que os soldados tenham como prazo até o fim do ano para partir.

Atualmente restam apenas 4 mil militares no lugar dos quase 170 mil de 2007, ano em que, segundo um oficial americano, 15 mil soldados estiveram presentes nesta base.

“Nos últimos meses ocorreram quatro ataques com foguetes sem deixar vítimas”, indicou este oficial antes da cerimônia. Os Estados Unidos acusaram grupos vinculados ao Irã de serem os autores dos ataques, o que Teerã desmentiu.

A Imã Ali foi uma base aérea muito importante, utilizada, sobretudo, durante a guerra com o Irã (1980-1988). Ficou seriamente danificada durante a operação “Tempestade do deserto”, quando, em 1991, as forças dirigidas pelos Estados Unidos expulsaram do Kuwait as tropas de Saddam Hussein.

Já a Otan organizará no sábado uma cerimônia de partida do Iraque. Na segunda-feira, o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, havia anunciado a suspensão da missão de formação iniciada no Iraque, depois da negativa de Bagdá de conceder imunidade aos membros da Aliança.

No fim de 2010, a missão da Otan tinha um grupo de cerca de 180 pessoas. Formou mais de 5 mil soldados e 10 mil policiais e entregou material militar de um valor superior a 15 milhões de euros, segundo a Aliança.

Sucessivamente, os 900 mil homens e mulheres das forças iraquianas terão a difícil tarefa de se ocuparem sozinhos da segurança. Os insurgentes, em particular a Al-Qaeda, mesmo enfraquecida, podem provocar conflitos.

Sucessivamente, os 900 mil homens e mulheres das forças iraquianas terão a difícil tarefa de se ocuparem sozinhos da segurança. Os insurgentes, em particular a Al-Qaeda, mesmo enfraquecida, podem provocar conflitos.

Também deverão impedir o ressurgimento das milícias sem o apoio dos americanos.

Este é o desafio assumido pelas autoridades iraquianas ao rejeitarem conceder a imunidade solicitada pelos Estados Unidos para deixar alguns militares em terra.

De fato, apenas 157 soldados americanos permanecerão para prosseguir com o treinamento das tropas iraquianas.

“O Iraque estará enfrentando os desafios dos terroristas e dos que tentarão dividir o país, mas os Estados Unidos estão junto com os iraquianos”, afirmou na quinta-feira o secretário de Estado para a Defesa, Leon Panetta.


http://www.cartacapital.com.br/internacional/presenca-dos-eua-no-iraque-termina-com-transferencia-de-ultima-base-militar/

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