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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Bomba nuclear do Irã pode impedir guerras de Israel, diz general

JERUSALÉM - Um Irã com armas nucleares poderia impedir Israel de ir à guerra contra aliados de Teerã no Líbano e na Faixa de Gaza, disse um general israelense nesta terça-feira, 17.
O Estado judaico enxerga os programas de enriquecimento de urânio e de mísseis do Irã como uma ameaça mortal, e vem fazendo lobby entre as grandes potências para revertê-los através de sanções, ao mesmo tempo em que sugere que pode recorrer a ataques militares preventivos.
O general Amir Eshel, chefe do planejamento estratégico das Forças Armadas, repetiu o argumento dos líderes israelenses de que o Irã, que rejeita estar fazendo algo errado e condena a censura internacional sobre seus projetos secretos, poderia criar "uma selva nuclear global" e alimentar a corrida armamentista em um Oriente Médio já volátil.
Eshel deixou claro que Israel - que acredita-se ter o único arsenal atômico da região - teme que Síria e a milícia do Hezbollah do Líbano, assim como os islâmicos palestinos do Hamas que governam Gaza, possam um dia contar com uma bomba iraniana.
"Eles serão mais agressivos. Eles se atreverão a fazer coisas que agora não fazem", disse em um comunicado a jornalistas e diplomatas estrangeiros.
"Portanto, isso vai criar uma mudança dramática na postura estratégica de Israel, porque se formos obrigados a fazer coisas em Gaza ou no Líbano sob a proteção nuclear iraniana, pode ser diferente".
Eshel, que falou no centro de estudos conservador Centro para Questões Públicas de Jerusalém, citou uma autoridade da Índia não identificada que havia descrito o atrito de poder na Ásia com o vizinho rival Paquistão em termos de autocontenção.
"Quando o outro lado tem capacidade nuclear e estamos prontos a usá-la, você pensa duas vezes", disse Eshel. "Você se contem mais porque não quer entrar nesse jogo".

Comentário:  Fica cada vez mais evidente que a retórica agressiva que envolve a questão nuclear iraniana serve a diversos propósitos; e o menor deles é uma guerra regional.
     Para o Irã, as sanções e os discursos agressivos servem para consolidar uma unidade interna que sufoca a oposição e ao mesmo tempo reitera a dualidade de poder entre Ahmadinejad e Khamenei.
     E para Israel, os temores agitados em relação ao Irã também contribuem para uma unidade interna - em benefício dos militares que inclusive provê seguidos governantes (Beggin, Barak, Sharon, Nethanyahu...), etc.
     Enquanto Israel possui um arsenal nuclear - permite que os "árabes" se sintam ameaçados - não se cogitando sequer uma paridade.  Nega-se até mesmo a possibilidade de dissuassão para os "árabes" em geral - ainda que os iranianos não sejam árabes e sim persas.
     Na prática Israel e os EUA tentam impor um congelamento do status quo que é favorável para eles e que esconde uma questão fundamental: interessa ao Irã iniciar uma guerra nuclear que destruiria sua sociedade e a principal riqueza?
     Em sã consciência é claro que não.   Mas o problema da retórica belicista é que ela está sujeita a produzir uma escalada e aquilo que era improvável....torna-se possível de fato!  

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