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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Kuomintang vence eleição em Taiwan: EUA e China respiram aliviados

O atual presidente e candidato do Kuomintang, Ma Ying-jeou, obteve uma diferença de mais de 6%, o que significa um oblíquo respaldo à via pacífica de reunificação impulsionada pelo presidente Hu Jintao. Os Estados Unidos são o outro ganhador da disputa. No dia prévio à votação, o Instituto Americano de Taiwan, virtual embaixada dos EUA, apoiou abertamente a Ma Ying-jeou alertando sobre os perigos que o independentismo representava para a ilha.

     A China suspirou com alívio ante a vitória do Kuomintang nas eleições presidenciais de Taiwan frente à candidata independentista Tsai Ing-wen. O atual presidente e candidato do Kuomintang, Ma Ying-jeou, obteve uma diferença de mais de 6%, o que significa um oblíquo respaldo à via pacífica de reunificação impulsionada pelo presidente Hu Jintao. Os Estados Unidos são o outro ganhador da disputa. No dia prévio à votação, o Instituto Americano de Taiwan, virtual embaixada dos EUA, apoiou abertamente a Ma Ying-jeou alertando sobre os perigos que o independentismo representava para a ilha.
     Com este alerta estadunidense sobre a o risco de “instabilidade na região” em caso de vitória de Tsai Ing-wen, com o temor de uma represália chinesa e uma economia que depende das exportações em processo de desaceleração, os taiwaneses se inclinaram pela continuidade do Kuomintang. Os independentistas, que lideraram as pesquisas várias vezes durante os últimos meses, conseguiram um forte apoio nas zonas rurais e na classe operária do sul da ilha, enquanto o Kuomintang mostrou força no norte urbano.
     A diferença geográfica também reflete um fator étnico-histórico. Os independentistas têm um forte respaldo da população nativa, habitantes da ilha antes que o Kuomitang, um partido da China continental, chegasse ao poder após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Entre esses habitantes e seus habitantes ainda perdura a memória dos mais de 50 mil nativos massacrados durante a rebelião contra o governo de Kuomintang, em 1947, que deu início ao chamado “baise Kongbu” (terror branco).
     Uma vez conhecida sua vitória, o presidente Ma Ying-Jeou falou de um triunfo “da via da integridade, da prosperidade e da paz”. Em seu primeiro mandato, Ma levantou a proibição da comunicação direta aérea, marítima e postal, reduziu barreiras no comércio bilateral e facilitou um boom de investimentos. Hoje, há 588 vôos semanais entre Taiwan e China, enquanto que o investimento de Taiwan no continente superou a casa dos 12 bilhões de dólares no ano passado, um aumento de 26% em 4 anos. O comércio bilateral gira em torno de 160 bilhões de dólares.
     No momento da votação, uma empresária taiwanesa deixou clara a razão de seu apoio a Ma. “Precisamos seguir com essa política que é boa para os negócios e boa para Taiwan em um delicado momento da economia mundial”, assinalou. Taiwan cresceu 4,5% no ano passado, uma forte queda em relação a 2010 (mais de 10%), mas um índice invejável se comparado com as cifras da União Europeia ou dos Estados Unidos.

Tradução: Katarina Peixoto

Fonte: Carta Maior http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19383

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