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sábado, 7 de janeiro de 2012

"Novas" ameaças iranianas

Irã anuncia exercícios militares no Estreito de Ormuz
Por Robin Pomeroy

TEERÃ, 6 Jan (Reuters) - O Irã anunciou nesta sexta-feira planos para novos exercícios militares na rota de petróleo mais importante do mundo, em seu mais novo gesto belicoso contra o Ocidente, enquanto novas sanções dos EUA e da UE ameaçam as exportações de petróleo da República Islâmica.
     O almirante Ali Fadavi, comandante naval da Guarda Revolucionária, disse que os exercícios do próximo mês seriam centralizados diretamente no Estreito de Ormuz, a saída do Golfo Pérsico para a maior parte do petróleo do Oriente Médio.
      O Irã realizou 10 dias de exercícios militares que terminaram na segunda-feira nos mares vizinhos.
     "Hoje a República Islâmica do Irã tem completo domínio sobre a região e controla todo o movimento nela", disse Fadavi em declarações divulgadas pela agência de notícias Fars.
     Nas últimas semanas, autoridades iranianas ameaçaram bloquear o estreito se novas sanções prejudicassem as exportações de petróleo de Teerã, e nesta semana disseram que agiriam se os Estados Unidos enviassem um porta-aviões para a área.
     Os EUA, que mantêm uma frota naval grande na região, muito mais poderosa do que as forças marítimas iranianas, dizem que vão garantir que as águas internacionais do estreito permaneçam abertas. A Grã-Bretanha disse na quinta-feira que qualquer tentativa de fechá-las seria ilegal e mal sucedida.
     As novas sanções aprovadas pelo presidente norte-americano Barack Obama na véspera do Ano Novo visam dificultar a compra do petróleo iraniano para a maioria dos países. A União Europeia também deve anunciar duras medidas até o final do mês.
     A maioria dos negociantes acredita que o Irã será capaz de encontrar compradores, pelo menos em curto prazo, para suas exportações de 2,6 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). Mas pode ser obrigado a oferecer grandes descontos, que reduziriam a receita de que precisa para alimentar seus 74 milhões de habitantes.
     As sanções já estão tendo efeito nas ruas do Irã, onde os preços estão aumentando e a moeda rial está caindo. Os iranianos estão formando filas nos bancos para converter suas poupanças em dólares.

ELEIÇÃO PRÓXIMA

     As dificuldades econômicas ocorrem a menos de dois meses das eleições parlamentares, as primeiras no país desde a eleição presidencial de 2009 que provocou protestos populares. Na época, os governantes do Irã conseguiram controlar os protestos com o uso da força, mas desde então a Primavera Árabe vem mostrando a vulnerabilidade de governos autoritários da região frente aos protestos públicos.
     Washington e seus aliados estão impondo as medidas para obrigar o Irã a abandonar um programa nuclear que eles dizem que visa à produção de uma bomba atômica. O Irã diz que o programa é pacífico.
     Autoridades da União Europeia dizem que o bloco, que compra cerca de 500.000 bpd de petróleo iraniano, rivalizando com a China como o maior mercado para o produto, concordou em impor um embargo suspendendo as importações.
     Diplomatas europeus dizem que estão discutindo por quanto tempo durará a suspensão, com França, Alemanha e outros querendo que a proibição dure três meses, mas a Grécia a favor de um período de até um ano.
     A China também reduziu suas importações em mais da metade em janeiro e fevereiro, enquanto discute com Teerã sobre o tamanho do desconto para fazer negócio com o país.
     O Irã é o segundo maior produtor de petróleo entre os 12 países da Opep (cartel de nações exportadoras), com cerca de 3,5 milhões de barris diários, dos quais 2,6 milhões são vendidos para o exterior.
      As sanções dos EUA e da UE já causaram um forte aumento na cotação do petróleo nesta semana. Na sexta-feira, o futuro dos contratos International Brent era negociado a 113 dólares o barril, uma alta de 6 dólares desde que os EUA sancionaram a lei que prevê as novas restrições à República Islâmica.

(Reportagem adicional de Dmitry Zhdannikov e Simon Falush, em Londres, Justyna Pawlak, em Bruxelas, e Hashem Kalantari, em Teerã)

FONTE: Reuters
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE80502C20120106?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0
 
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     Heshmatollah Falahatpisheh disse nesta sexta-feira que se os Estados Unidos continuarem com sua presença ameaçadora nas cercanias iranianias, o Irã vai responder na mesma moeda. O deputado, que lidera no Majlis (parlamento) a Subcomissão de Política Externa, enfatizou que o Irã não segue uma estratégia agressiva, mas sim que a sua estratégia é definida dentro de uma estrutura defensiva. "Irã nunca iniciou uma guerra ou confronto militar e nossos militares não usam a linguagem de ameaça, em vez disso usamos a linguagem de defesa", acrescentou.
     O parlamentar explicou que a Otan mudou seu estatuto em 1994, para adotar uma nova política de agressão militar. "O Irã é um país que difere de outros países que têm sido alvo de estratégia agressiva dos EUA. Irã pode desferir contragolpes para qualquer país agressivo e tem profundidade estratégica suficiente para tornar a gestão de uma guerra impossível, e não uma festa que começa ", ele disse.
     Falahatpisheh afirmou ainda que desde que Washington usa a linguagem de ameaça, o Irã deve considerar qualquer movimento militar os EUA na região como um movimento de ataque e responder mantendo exercícios militares. Em 24 de dezembro de 2011, a Marinha do Irã lançou um exercício de 10 dias com maciços deslocamentos navais, com codinome Velayat 90, que cobria uma área que se estende desde o leste do estreito de Hormuz, no Golfo Pérsico ao Golfo de Aden.
     Diferentes classes de submarinos , incluindo Tareq e Ghadir, o novo sistema terra-mar de mísseis e torpedos foram empregados nas manobras. O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (CGRI) anunciou em 5 de janeiro, que o IRGC está definindo a realização de uma grande manobra militar no Golfo Pérsico e o Estreito de Hormuz, em fevereiro.O comandante da marinha da IRGC contra-almirante Ali Fadavi disse que o exercício, o sétimo de uma série apelidada de Grande Profeta, será diferente em comparação com exercícios anteriores realizadas pelo IRGC.
     

FONTE: Press TV (adaptado)
http://presstv.com/detail/219676.html

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