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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

OTAN fará escala em Ulianovsk

     A Rússia ajudará a OTAN a abandonar o Afeganistão. Moscou e Bruxelas chegaram ao acordo sobre o trajeto adicional de trânsito para cargas militares pelo território russo. Como informa o jornal Kommersant, fazendo referências às fontes no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, o posto de escala será feito na cidade de Ulianovsk (Rússia Central).
     A escala da cooperação da Rússia e da OTAN no problema do Afeganistão está crescendo. Pelo território russo já passa a chamada Rede distributiva do Norte, pela qual a Cabul chegam mais de 50% de cargas não militares, necessárias para a Força Internacional de Assistência para Segurança. Contudo, no decorrer de mais de 10 anos a OTAN acumulou no Afeganistão uma grande quantidade de técnica, armamentos e outros bens. Para retirar tudo, como se planeja, antes do fim de 2014, serão necessários muitos recursos e muito tempo.
     Bruxelas sugeriu a Moscou há um ano e meio pensar sobre a possibilidade de organizar um trânsito multimodal reverso de cargas do Afeganistão para a Europa, que incluísse os trânsitos aéreo e terrestre. Um trajeto deste tipo tem vantagens indiscutíveis, destaca o diretor do Centro de Segurança Internacional do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais (IMEMO) da Academia de Ciências da Rússia Aleksei Arbatov:
     – A possibilidade de fazer escala no posto de trânsito permite transportar mais cargas, porque neste caso os aviões tomam menos combustível. Isso aumenta bruscamente a eficiência da ponte aérea.
      Após ter estudado atentamente as variantes os expertos da Rússia e da OTAN escolheram a cidade de Ulianovsk, o aeroporto e a localização das ferrovias da qual convêm perfeitamente para estes objetivos. Supõe-se criar uma base logística com um terminal aduaneiro. Cargas do Afeganistão serão transportadas lá pelo ar, depois serão enviadas pela ferrovia a Riga ou a Tállin. O acordo correspondente já foi redigido. Agora só falta receber uma diretiva do governo da Rússia.
     Inicialmente o trajeto principal de trânsito da OTAN para Cabul passava pelo território do Paquistão. Contudo, em 2011 as relações entre Islamabad e a coalizão ocidental dificultaram-se seriamente, diz o experto do portal Afghanistan.Ru Dmitri Verkhoturov:
     – Agora já não se conseguirá cooperar plenamente com o Paquistão, porque este trajeto ficou perigoso demais. Os americanos, de fato, acusaram os paquistaneses de apoiar os talibã. Como resultado, os EUA e a OTAN quase não têm mais escolha.
      Certamente, existem outros trajetos para transportar cargas da coalizão para o Afeganistão, além do caminho russo. Por exemplo, há trajetos pelos territórios da Geórgia, do Azerbaijão, Turcomenistão e pelo mar Cáspio. Mas as possibilidades de trânsito deste caminho são extremamente limitadas. Também se pode acordar com o Uzbequistão. A Aliança Atlântica já fez estas tentativas. Contudo, os uzbeques receiam que a base de escala na sua fronteira abra caminho ao tráfico de drogas do Afeganistão. Por isso eles não dão a sua permissão para criar uma base de trânsito reverso. Pelo menos, ainda não dão. Ao mesmo tempo, a cooperação com a Rússia permite à Aliança resolver uma grande quantidade de problemas, salienta o politólogo Aleksei Arbatov:
      – A OTAN prefere cooperar com a Rússia. É um parceiro confidente. Não carrega com nenhumas exigências adicionais. Não liga o acordo sobre trânsito às condições políticas, que muito frequentemente são bastante abusivas nesses países meridionais da Ásia Central e até criam situações politicamente inconvenientes.
     Além disso, o transporte de cargas do Afeganistão trará lucro financeiro a transportadoras russas. Moscou, por sua vez, terá uma possibilidade de obter pontos adicionais na arena diplomática internacional. FONTE:  Voz da Rússia http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/05/65393411.html

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