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sábado, 24 de março de 2012

Sargento Será Acusado de Matar 17 Afegãos


AE - Agência Estado
WASHINGTON - O sargento de Robert Bales, do Exército dos Estados Unidos, será formalmente acusado nesta sexta-feira, 23, de ter matado 17 civis afegãos, além de tentar matar outros seis em 11 de março deste ano na província de Kandahar.
Efe
     Especialistas em cortes marciais dizem que Bales deve enfrentar uma longa pena de prisão
Bales, de 38 anos, está detido no presídio militar de Fort Leavenworth, no Kansas.
     O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, disse que Bales poderá ser condenado à morte se for considerado culpado pelos homicídios, mas é improvável que isso ocorra. Os militares norte-americanos não aplicam a pena de morte em um colega desde 1961.
     Especialistas em cortes marciais dizem que é mais provável que Bales enfrente uma longa pena de prisão. Inicialmente, Bales seria acusado de chacinar 16 civis afegãos, incluídas nove crianças, mas os promotores militares aumentaram a acusação para 17 homicídios, incluindo mais um civil afegão adulto.
     O advogado civil de Bales, John Henry Browne, disse nesta sexta-feira acreditar que o governo terá dificuldades em provar as acusações contra Bales porque o estado mental do seu cliente é algo que precisa ser levado em conta. Browne disse ao programa de televisão This Morning, da emissora CBS, que conversou durante 11 horas com Bales em Fort Leavenworth na semana passada e que seu cliente está perplexo com as acusações feitas contra ele.
     Browne alega que Bales sofreu, quando foi soldado na Guerra do Iraque, uma "ferida que é séria" na cabeça e que "não foi tratado de maneira adequada por uma série de razões". Browne disse que o governo terá dificuldades de provar as acusações porque "não existe cena do crime" e faltam provas físicas da chacina, como impressões digitais que não teriam sido recolhidas nas casas dos civis afegãos invadidas por Bales.
     A chacina desfechada por Bales foi mais uma mancha na difícil relação entre os EUA e seu aliado, o governo do Afeganistão, que se soma a uma série de mal-entendidos recentes, como a queima de cópias do Alcorão por soldados americanos.
     A chacina também despertou novamente o debate nos EUA sobre o estado mental de saúde dos soldados americanos no Afeganistão, que enfrentam uma taxa recorde de suicídios e de stress pós-traumático, após mais dez anos em que foram repetidamente enviados para zonas de combate no Iraque e no Afeganistão. Bales estava em sua quarta missão de combate, tendo cumprido três anteriores no Iraque, onde foi ferido na cabeça e em um pé.
     Browne descreveu seu cliente como um patriota e um pai amável de duas crianças, além de um marido devotado à esposa, mas que ficou traumatizado após assistir à morte de um soldado colega no Iraque.
Perfil
     Bales se alistou no Exército americano após falir como empresário na Flórida em 2001. Em 2003, Bales e um corretor do mercado financeiro foram condenados a pagar US$ 1,5 milhão a um casal de idosos, o qual afirmou que a dupla arruinou seus investimentos. Em 2002, Bales foi detido por agressão sob efeito do álcool contra um leão de chácara de um cassino. Ele teve que frequentar um curso para controlar a própria raiva. Também existem relatos de um segundo incidente de agressão, no qual Bales estaria bêbado. Em 2008, um xerife no Estado de Washington, onde Bales vivia com a mulher e os filhos, disse que o sargento, em um local público, pegou as mãos de uma mulher e as colocou sobre seus órgãos e em seguida surrou o namorado da garota. O xerife descreveu Bales como "extremamente alcoolizado".
As informações são da Associated Press.

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