A propósito da recente escalada retórica entre os dois países acerca do conflito e sobre a soberania destas ilhas, vale pensar que hoje, tanto como naquela época, os governos estavam em meio a uma perda de prestígio interno e o conflito serviu para produzir uma solidariedade das respectivas populações com seus governos.
Acho que o Brasil acerta em reconhecer o direito argentino, mas condenar a invasão de 1982 mas me preocupa - apesar de entender - a dependência de nossa diplomacia em relação aos interesses de Buenos Aires.
O fundamental é ouvir os ilhéus e esses são claramente britânicos, possuindo pouco ou nenhum vínculo com os argentinos. Pelo direito de autodeterminação, as ilhas são Falklands e não Malvinas.
E ao tentar impor uma soberania sobre o território, são os argentinos que assumem uma postura autoritária e colonialista.
O argumento de que Londres explora em seu proveito território é improcedente, pois o custo de manutenção de serviços e das instalações militares (maior base britânica no hemisfério sul), consome mais de US$ 300 milhões de dólares/ano e toda a renda gerada pela exploração econômica do arquipélago fica com os habitantes.
Minha Opinião
Uma série de cerimônias e discursos na
Grã-Bretanha e na Argentina marcarão nesta segunda-feira o 30º aniversário do
começo da Guerra das Malvinas (ou Falklands, para os britânicos).
No total, 255 soldados britânicos e 650
argentinos morreram no conflito que começou com uma invasão argentina das
Malvinas no dia 2 de abril de 1982.
O aniversário acontece em um momento de
novas tensões entre argentinos e britânicos. Recentemente a Argentina voltou a
manifestar seu direito às ilhas, mas a Grã-Bretanha segue comprometida a manter
a soberania na região no Atlântico Sul.
A Grã-Bretanha controla as Malvinas desde
1833, mas a Argentina afirma que o território pertencia à Espanha, e que foi
herdado pelo país sul-americano com a sua independência.
'Chama eterna'
Veteranos britânicos de guerra e parentes
dos mortos farão uma cerimônia especial no Memorial Nacional Arboretum, em
Staffordshire, na região oeste da Inglaterra. Uma única vela será acesa como um
gesto de memória aos mortos.
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David
Cameron, disse que a segunda-feira é um dia de lembrar argentinos e britânicos
mortos no conflito
"Há 30 anos, o povo das Ilhas
Falklands sofreram um ato de agressão que quis roubá-los das suas liberdades e
do seu modo de vida", disse Cameron. "Hoje é um dia de comemoração e
reflexão: um dia para lembrar todos aqueles que perderam suas vidas no conflito
- os integrantes das nossas Forças Armadas, assim como os argentinos que
morreram."
Ele prestou homenagem ao que chamou de
"heroísmo" dos soldados britânicos que libertaram as Malvinas da
Argentina, e disse que a Grã-Bretanha está orgulhosa de "corrigir um erro
profundo".
A presidente da Argentina, Cristina
Kirchner, visitará o porto de Ushuaia nesta segunda-feira, para uma cerimônia
de homenagem aos soldados argentinos mortos no conflito. Ela vai acender uma
"chama eterna" no local. Na madrugada passada, veteranos de guerra
fizeram uma vigília.
Diplomacia
A Argentina solicitou a abertura de
negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas, mas o governo britânico diz
que não há nada para se discutir, se não houver consentimento dos moradores.
A Grã-Bretanha acusa a Argentina de tentar
impor um bloqueio à população local, depois de proibir embarcações com a
bandeira de Falklands em seus portos. A medida também foi adotada pelos demais
países do Mercosul.
Já os argentinos acusam os britânicos de
militarizar o Atlântico Sul, depois que foi divulgado que um dos navios de
guerra da Marinha britânica será enviado à região.
A derrota das forças argentinas no
conflito contribuiu para o fim do regime militar liderado pelo general Leopoldo
Galtieri, que foi preso acusado de "incompetência" na guerra. A
premiê britânica na época, Margaret Thatcher, não participará de nenhum dos
eventos desta segunda-feira, devido aos seus problemas de saúde.
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