Ofensiva militante em Cabul e outras três cidades afegãs terminou após 18 horas e deixou total de ao menos 47 mortos
O presidente do
Afeganistão, Hamid Karzai, relacionou os ataques militantes de domingo no país
a falhas de inteligência, especialmente da Otan (Organização do Tratado do
Atlântico Norte). Em sua primeira resposta aos ataques, Karzai elogiou o
desempenho das forças de segurança afegãs, afirmando que elas se provaram
capazes de defender o país.
Soldado carrega seu cão farejador de bombas.
Os violentos
combates entre militantes e forças de segurança nas ruas do centro da capital
do país, Cabul, e em outras três cidades terminaram nesta segunda-feira após 18
horas de tiroteios, explosões e disparos de foguetes, deixando um total de ao
menos 47 mortos: 36 militantes, oito policiais e três civis, segundo o ministro
afegão do Interior, Besmillah Mohammadi.
"A
infiltração de terroristas em Cabul e em outras províncias é uma falha de
inteligência nossa e especialmente da Otan, e deveria ser seriamente
investigada", disse o líder afegão.
De acordo com um
militante preso, a ofensiva militante foi lançada pela rede Haqqani, um grupo
letal de insurgentes com vínculos com a milícia islâmica do Taleban e com a
rede terrorista Al-Qaeda, disse uma graduada fonte de segurança afegã nesta
segunda-feira.
Os confrontos,
que começaram por volta do meio-dia de domingo (hora local), espalharam-se
durante a noite por bairros centrais da capital afegã e paralisaram o bairro
governamental da cidade. Houve combates também em três outras províncias
afegãs, no que a milícia islâmica do Taleban, que assumiu a autoria da ofensiva,
disse ser o início de uma ofensiva de primavera.
"Em apenas
um curto período conseguimos estancar seus planos diabólicos, e todos os 36
insurgentes foram mortos. Eles portavam trajes suicidas, mas não conseguiram
fazer nada exceto serem mortos", disse o chefe de operações do ministério
do Interior, Afzal Amane
O incidente
ilustra a capacidade dos militantes de atacar alvos valiosos no coração da
capital, mais de dez anos depois de o regime islâmico do Taleban ter sido
derrubado por grupos locais apoiados por forças estrangeiras.
Ele representa
também um revés para o presidente dos EUA, Barack Obama, que gostaria de usar a
campanha contra o Taleban - e o plano para retirar as tropas de combate do
Afeganistão até o final de 2014 - como trunfos na sua campanha a reeleição,
neste ano.
Embaixadas e
prédios públicos
A ofensiva, que
começou com ataques a embaixadas, um supermercado, um hotel e o Parlamento, foi
uma das mais sérias na capital em mais de dez anos de guerra. Karzai ficou
entrincheirado no palácio presidencial.
Aumento de
mortos: Feto é listado como 17ª vítima de massacre de soldado no Afeganistão
Um porta-voz do
Taleban, Zabihullah Mujahid, disse à Reuters que a ofensiva foi planejada
durante meses, em vingança contra vários incidentes envolvendo tropas dos EUA
no Afeganistão - incluindo a queima de exemplares do Alcorão num quartel da
Otan, e o massacre de 17 civis por um soldado americano. Ele prometeu que
haverá mais ações.
*Com Reuters
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