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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Presidente da Somália entregou passaportes diplomáticos a piratas, acusa ONU


    O grupo de monitoramento das Nações Unidas na Somália iniciou uma investigação para apurar o suposto envolvimento do presidente do país, Sharif Ahmed, em um esquema de concessão de passaportes diplomáticos a líderes de grupos piratas.
     Em um relatório endereçado ao Conselho de Segurança, o comitê da ONU afirmou que a cúpula das facções de piratas somalis está se beneficiando da proteção de autoridades políticas do país. Ainda que o governo reconheça as acusações de sequestro de grandes embarcações na região do Chifre da África, ele não estaria se esforçando o suficiente para cumprir as sanções decretadas pelas Nações Unidas.
     Os passaportes diplomáticos teriam sido emitidos "com a autorização do presidente somali, Sheikh Sharif Sheikh Ahmed" a Mohamed Abide Hassan Afweyne, líder pirata que tentou ingressar na Malásia e acabou tendo seu documento questionado por autoridades alfandegárias.
     Afweyne teria apresentado então um documento emitido pelo gabinete da Presidência da Somália atestando que ele pertencia a programas de combate a pirataria do governo. De acordo com os oficiais das Nações Unidas, esse seria apenas um de uma série de “incentivos” idealizados pelo presidente para motivar Afweyne a desintegrar sua rede de piratas.
     A agência Reuters teve acesso a uma carta do dia 12 de julho na qual o presidente Ahmed se dirige ao Comitê de Sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e acusa o grupo de monitoramento de escutar apenas um dos lados do caso. Paro o governante, o autor do relatório "parece ser tendencioso ao rebaixar bons nomes do povo somali ao lançar contra eles acusações infundadas”.
     Omar Jamal, primeiro-secretário da embaixada somali nas Nações Unidas, afirmou à Reuters que esse relatório faz parte de uma campanha para manchar o governo de seu país. “O governo somali está passando agora por um momento crucial de transição para a governança permanente. Está, portanto, se preparando para formar um novo parlamento com eleições em meados de agosto. Assim, o relatório está criando instabilidade e confusão”, argumentou.
     O fraco governo de transição da Somália tenta combater a milícia al Shabaab e grupos ligados à Al Qaeda há pelo menos cinco anos. O país agora busca aprovar uma constituição e convocar a população às urnas até o próximo dia 20 de agosto.

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