Nos tempos mais próximos, a marinha de guerra russa irá receber o novo
complexo de mísseis estratégicos Bulava, informou o comandante da marinha de
guerra russa Viktor Chirkov.
Dessa forma, o poderio das forças nucleares estratégicas da Rússia será
reforçado de forma significativa, visto que o Bulava não pode ser visto de
forma isolada, mas sim como parte do submarino porta-mísseis estratégico Yuri
Dolgorukiy da classe Borei, projeto 955, sublinha o editor responsável da
Revista Militar Independente Viktor Litovkin:
“A seguir ao Yuri Dolgoruki será incorporado um submarino igual, com o
nome de Alexander Nevski, e a seguir o Vladimir Monomakh. Cada um desses
submarinos transporta dezasseis desses complexos com seis ogivas em cada
missil.”
O míssil Bulava tem um alcance de 8 000 quilómetros. Ele deverá ser a
base do agrupamento de forças nucleares da Rússia em desenvolvimento até aos
anos de 2040-2050. Em muitos aspetos ele poderá ser considerado único, afirma
Viktor Litovkin:
“Se trata de um míssil a combustível sólido, é lançado debaixo de água a
uma velocidade maior que os de combustível líquido. É mais difícil de ser
detetado nessa altura, e mais difícil de lhe apontar os sistemas de defesa antimísseis.
Em segundo lugar, as suas ogivas voam por trajetórias aleatórias a uma
velocidade hipersónica, o que dificulta igualmente a sua intercepção. E por
fim, o Bulava possui contra a DAM um sistema de contramedidas de alvos falsos
em que a ogiva pulveriza alvos falsos e voa numa nuvem desses alvos. O radar da
DAM não terá a capacidade para discernir os alvos reais e o contra míssil não
poderá efetuar a intercepção. Os estadunidenses ainda não aprenderam a fazer
isso.”
O míssil balístico de nova geração tem um potencial acrescido de
transposição da DAM, o que se torna num fator chave, refere o chefe de redação
da revista Defesa Nacional (Natsionalnaya Oborona) Igor Korotchenko:
“Esse complexo de misseis garante-nos que os EUA não exerçam uma
influência substancial sobre as capacidades russas em conter a DAM europeia e a
defesa antimísseis dos EUA, o que é o principal.”
Não é de admirar que os serviços de informações estrangeiros demonstrem
uma atenção acrescida relativamente a este poderoso armamento. O interesse da
espionagem pelos segredos do Bulava é facilmente explicável por se tratar da
componente principal da tríade nuclear estratégica da Rússia, sublinha Igor
Korotchenko:
“Já houve vários processos judiciais relativamente a tentativas de
transferência de informações a serviços secretos ocidentais acerca do projeto
Bulava. Mas sou da opinião que o complexo de medidas de contraespionagem em
curso garante uma cobertura bastante fiável desses segredos.”
Dessa forma, um dos mais ambiciosos projetos do complexo
militar-industrial russo, o complexo de mísseis estratégicos de baseamento
naval Bulava, foi reconhecido como realizado.
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