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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Anos de multas dos EUA por causa do Irã pesam para bancos estrangeiros

 
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/ira/imagens/rial.jpg

Por Douwe Miedema e Edward Taylor
LONDRES/FRANKFURT - Os Estados Unidos se empenharam durante muitos anos em fazer com que os bancos estrangeiros apoiassem seus esforços para estrangular a economia do Irã, mas um par de bilhões de dólares em multas, sem falar nas manchetes sensacionalistas e conversas sobre o risco de prisão, finalmente atraíram a atenção deles.
Anos de falta de interesse na aplicação de antigas sanções aplicadas pelos EUA ao Irã estão provocando turbulência desde que o governo norte-americano ampliou as medidas para punir o programa nuclear do Irã e, também, uma nova posição ofensiva dos reguladores alarmou muitos bancos, que estão agora diante da possibilidade de que os acionistas possam ter de pagar bilhões de dólares nos próximos anos.
O Deutsche Bank e o italiano Intesa San Paolo estão entre as grandes instituições financeiras que poderão em breve se unir à pequena lista de bancos estrangeiros que até o momento pagaram mais de 2,3 bilhões de dólares em multas; alguns ainda alegam inocência, mas consideram o dinheiro como o preço para conservar o acesso ao mercado dos EUA e manter os executivos distantes dos tribunais, ou mesmo da prisão.
O drama que envolveu no mês passado o Standard Chartered e a entidade responsável pela supervisão no Estado de Nova York, que ameaçou retirar da instituição britânica sua licença bancária vital para operar em Wall Street, não era totalmente algo típico. Mas a reviravolta do StanChart dias depois, que de defensor vigoroso dos acordos passados com clientes iranianos passou a entregar mais de 340 milhões de dólares - 5 por cento de seu luxo antes da taxação tributária -, foi um episódio que ilustrou uma mudança de mentalidade do setor.
"A aceleração de certo modo está vindo do lado defensivo dos bancos",disse o professor Michael Malloy, da Escola de Direito da Universidade do Pacífico McGeorge, da Califórnia. "A noção é que seria melhor sair na frente nisso, confrontar a dificuldade e sair limpo em vez de esperar que as autoridades te desmascarem", disse Malloy, que anteriormente trabalhou para o Tesouro dos EUA.
Claramente, não era algo de que as partes falassem abertamente. Quando um outro banco britânico, o Royal Bank of Scotland, mencionou em seu relatório trimestral do mês passado conversações com as entidades regulatórias dos EUA sobre os regulamentos das sanções, demorou ainda mais duas semanas até que muitos investidores se tornassem cientes do assunto, por meio da mídia.
Mas depois do Standard Chartered e da multa recorde paga em junho pelo Dutch bank ING, de 619 milhões de dólares, a lista de bancos europeus vindo a público com alertas sobre possíveis pagamentos (de multas) aos EUA inclui o Commerzbank e o HVB, da Alemanha, uma unidade do italiano Unicredit e também o HSBC, na Grã-Bretanha.
E os bancos chineses se envolveram também na situação. Na quarta-feira o New York Times informou que promotores disseram ter encontrado evidências em suas investigações de que eles também podem ter descumprido as sanções impostas pelos EUA ao Irã.
Em contraste, os reguladores dos EUA deram poucas oportunidades para os bancos do país lidarem com o Irã, o que deixou agora os bancos norte-americanos com poucos problemas no que se refere a transações passadas.
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE88100V20120902

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