China bota seu primeiro porta-aviões em serviço
PEQUIM, 25 Set 2012
(AFP) -A China anunciou nesta terça-feira a entrada em serviço de seu primeiro
porta-aviões, estendendo seu poderia naval num momento de crescente tensão por
reivindicações territoriais na região Ásia-Pacífico. "Esta manhã, o primeiro
porta-aviões chinês, o ''Liaoning'', foi oficialmente admitido em serviço
ativo", indica um comunicado do ministério chinês da Defesa depois da
cerimônia em que participaram o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen
Jiabao. O navio foi construído a partir de um casco fabricado na ex-URSS e
comprado da Ucrânia. Vai ficar ancorado no porto de Dalian, na província de
Lianing (nordeste), da qual tirou seu nome.
"O navio aumentará a capacidade (da
China) de defender-se e sua capacidade de cooperação em alto-mar ante as
ameaças não tradicionais para a segurança e será eficaz na defesa dos
interesses da soberania, segurança e desenvolvimento do Estado", assinala
o comunicado ministerial. China, cuja projeção econômica e geopolítica cobrou
dimensões mundiais nas últimas décadas, se converte assim no último dos cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas a dotar-se de um
porta-aviões.
Os testes de navegação realizados em 2011
geraram preocupação nos países vizinhos ou presentes na zona, como os Estados
Unidos, que pediu a Pequim para explicar suas finalidades. Os Estados Unidos
afirmaram, depois do primeiro teste realizado em agosto de 2011, que o
porta-aviões teria uma capacidade "limitada" de ação, mas o Pentágono
o considerou um primeiro passo para a formação de uma frota que a China
pretenderia construir em seus próprios estaleiros nos próximos anos.
O chefe de inteligência de Taiwan afirmou
no início do ano que o regime comunista de Pequim pretendia construir dois
porta-aviões, mas até agora não há indícios de trabalhos deste tipo.
O receio dos países vizinhos aumentou com
o aprofundamento das disputas marítimas que mantêm com a China. Nas últimas
semanas, a tensão ficou ainda maior pela disputa da soberania por um grupo de
pequenas ilhas - chamadas pelo Japão de Senkaku e pela China de Diaoyu -, cujos
recursos marinhos podem ser ricos em petróleo e gás. A tensão, herdada da
guerra China-Japão (1937-1945), fez com que Pequim adiasse as cerimônias do 40º
aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas com Tóquio. A China
também disputa com Vietnã e Filipinas o controle de outros arquipélagos no mar
da China Meridional. O secretário americano de Defesa, Leon Panetta, advertiu
na semana passada em Tóquio sobre o risco de qualquer gesto intempestivo que
resulte em uma guerra regional.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6178471-EI294,00-China+bota+seu+primeiro+portaavioes+em+servico.html
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