Os estaleiros Yantar, localizados no
distrito de Kaliningrado, entregaram à marinha indiana mais uma fragata
porta-mísseis do projeto 11356, a Tarkash.
Se trata da segunda de uma série de três
fragatas encomendadas pela Índia em 2010. Até então, no início dos anos 2000, a
Índia tinha recebido três navios desse tipo construídos em São Petersburgo. A
grande diferença dos três navios construídos em Kaliningrado é o seu
equipamento com mísseis de cruzeiro supersônicos pesados BrahMos. Esses
pequenos navios estarão armados de mísseis com um alcance até 300 quilômetros,
capazes de transpôr a DAA dos navios grandes. A fragata Teg, entregue pelos
estaleiros Yantar à marinha indiana, já realizou com êxito exercícios de
lançamento de mísseis BrahMos no mar.
A China começou igualmente a instalar
mísseis de cruzeiro pesados nos seus navios de superfície. Mas os chineses usam
para isso navios de maior porte como os contratorpedeiros do projeto 052D em
construção. Já antes, durante o ano de 2012, a Coreia do Sul tinha confirmado
que estava a trabalhar na criação de mísseis de cruzeiro de médio alcance.
Ainda antes dela, Taiwan obteve mísseis desses concebidos com base nos Xiong
Feng antinavio. Os taiwaneses vêm os seus mísseis como um meio estratégico de
contenção em caso de conflito militar com a parte continental. Se supõe que em
caso extremo eles poderão efetuar ataques sérios a alvos no continente como,
por exemplo, Xangai.
Há que salientar que os mísseis de
cruzeiro como o russo-indiano BrahMos ou o YJ-62 chinês, além das versões
antinavio com um alcance relativamente pequeno, podem também ter versões para
ataque a alvos terrestres fixos. Contudo, visto que a Rússia está limitada
pelas condições impostas pelo Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis e o
BrahMos é fabricado por uma empresa mista russo-indiana, o seu alcance está limitado
aos 300 km. Este míssil, no entanto, tem outras vantagens. Neste momento, ele é
considerado o mais rápido do mundo dos mísseis de cruzeiro fabricados em série.
Para aumentar o seu raio de ação, os indianos terão de fazer modificações de
forma independente. Isso é inevitável apesar de requerer tempo. Além disso, a
Índia está a trabalhar no seu míssil subsônico de médio alcance Nirbhay. A
China não está limitada à partida a essas limitações. Os novos navios de
combate de superfície chineses poderão usar mísseis de cruzeiro com um alcance
superior a 2.000 quilômetros.
Praticamente todas as grandes potências
econômicas da região tentam obter um arsenal de mísseis de cruzeiro de médio
alcance de baseamento terrestre, naval e aéreo. A existência desses arsenais
será um fator importante nas relações estratégicas entre elas. Simultaneamente,
isso irá obrigar a investir mais nos sistemas de defesa contra os mísseis de
cruzeiro: nos sistemas de mísseis antiaéreos de médio e curto alcance, assim
como na aviação de caça moderna.
Desta forma, o regime de controle da
tecnologia de mísseis na Ásia vai perdendo gradualmente todo o sentido. Pelo
menos no que respeita aos mísseis de cruzeiro com que podem ser equipados
navios tão pequenos como fragatas ou corvetas.
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