O submarino nuclear porta-mísseis Yuri Dolgoruki, o primeiro navio do projeto 955 Borei, entrou na quinta-feira ao serviço da Frota do Norte russa. Neste momento, o segundo submarino desse projeto, o Alexander Nevski está em fase de testes e o terceiro submarino, o Vladimir Monomakh, foi há pouco tempo lançado à água. Kniaz Vladimir, o quarto submersível, se encontra em fase de construção. A China está igualmente a reforçar o seu poderio naval graças à entrada ao serviço de novos submarinos. Nesse processo, a direção político-militar da Rússia e da China têm em consideração o agravamento da situação na Região Ásia-Pacífico.
Essa tensão na fronteira marítima
da RPC obriga a direção chinesa a acelerar por todos os meios o
crescimento da sua marinha, regressando à prática de comprar no
exterior. De acordo com a mídia, no ano passado a Rússia e a China
assinaram um contrato para o fornecimento à RPC de quatro
submarinos diesel-elétricos do projeto 1650 Amur.
Os dois primeiros submarinos serão fornecidos à China pela Rússia e os
outros dois serão montados em estaleiros navais chineses a partir de
fornecimentos russos. Durante a montagem, a participação de componentes
chineses irá atingir os 30%. É evidente que a participação na construção
dos dois navios irá dar aos construtores navais chineses um acesso às
mais modernas tecnologias russas de construção de submarinos. Se a
primeira experiência se revelar positiva, não será de excluir a
possibilidade de haver uma continuidade do programa de construção
conjunta de submarinos deste projeto com um aumento da componente
chinesa.
Apesar de, nos próximos anos, os submarinos
russos se basearem no Grande Norte, onde a marinha russa possui uma
infraestrutura mais desenvolvida e capacidades para reparos, também se
planeja equipar no futuro a Frota do Pacífico com os novos submarinos.
No
total, até 2020, a Rússia prevê construir 8 submarinos do projeto 955 e
cinco do projeto melhorado 955A. Paralelamente, está a ser construída a
série de submarinos nucleares multifuncionais do projeto 855 Yassen. O primeiro deles, o Severodvinsk,
está neste momento em fase de testes. Existe um contrato para a
construção de mais 6 desses submarinos de acordo com um projeto
modernizado.
A realização desses planos irá permitir à
Rússia manter uma frota de submarinos nucleares poderosa, mesmo numa
situação de um redução gradual no efetivo dos navios de fabricação
soviética. Esse processo irá demorar ainda muitos anos e, provavelmente,
só terminará em 2020-2025. Foram pronunciadas declarações sobre a
possibilidade da extensão deste tipo de programas, nomeadamente, o da
construção de 10 navios do projeto 955.
Os projetos
de construção de submarinos nucleares porta mísseis e nucleares
multifuncionais fazem parte dos projetos russos técnico-militares mais
caros. Eles foram frequentemente objeto de críticas. O custo de um
submarino nuclear do projeto 955 ultrapassa o bilhão de dólares. O
programa do projeto do míssil Bulava, que esbarrou no ano de 2000 com múltiplas dificuldades técnicas e atrasos, também custou bilhões de dólares.
Os
críticos dos programas militares navais referem que o objetivo de
dissuasão nuclear pode ser atingido, com custos muito menores,
desenvolvendo as tropas de mísseis estratégicos (TME). Os sistemas das
TME saem mais barato ao orçamento por não exigirem a construção de
submarinos nucleares nem da sua infraestrutura. Nas condições de uma
supremacia esmagadora da marinha norte-americana sobre a russa, os
mísseis intercontinentais de baseamento terrestre são bastante menos
vulneráveis que os sistemas navais.
Contudo, projetos como a construção de submarinos nucleares Borei e Yassen visam
a perspectiva de longo prazo. A existência à disposição da Rússia de um
instrumento tão poderoso como uma frota de submarinos nucleares
permitir-lhe-á reagir de forma mais flexível aos cenários de crise
possíveis no futuro. Se sabe que três submarinos da série Borei serão colocados no Oceano Pacífico, o que representará uma reação adequada à tensão militar crescente na Região Ásia-Pacífico.
http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_12/Russia-e-China-reforcam-marinhas-de-guerra/
Nenhum comentário:
Postar um comentário