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domingo, 12 de janeiro de 2014

Em 2013 Rússia sinaliza: vai tornar-se novamente uma grande potência naval. - Dinâmica Global




     O ano que passou foi marcado para a Rússia por muitos acontecimentos importantes na política externa e de defesa. A modernização em larga escala das forças armadas afetou também a marinha, concebida para reforçar a influência de uma grande potência naval.
     Simbolicamente, o ano começou com a entrada em serviço da Marinha russa do novo submarino nuclear de mísseis estratégicos Yuri Dolgoruky e termina com a entrada em serviço de um outro submarino da mesma classe, Alexander Nevsky. Como disse o presidente russo Vladimir Putin, a dinâmica da construção da frota de submarinos nucleares permite contar com que a Rússia conseguirá renovar completamente a componente naval da tríade nuclear estratégica até 2020.
     Yuri Dolgoruky e Alexander Nevsky são submarinos do projeto 955 Borei. Atualmente, o terceiro submarino de mísseis nucleares desse projeto, Vladimir Monomakh, que entrará em serviço de combate já no próximo ano, está passando testes estaduais. Durante os próximos sete anos, a Marinha russa receberá outros cinco submarinos desses. Se hoje cada um dos três acima mencionados submarinos da classe Borey está armado com dezesseis mais recentes mísseis balísticos Bulava, os seguintes submarinos já terão vinte tais mísseis. O Bulava é capaz de transportar até o alvo entre seis e dez ogivas nucleares de orientação individual.
     A Rússia lançou tal dinâmica modernizando de suas forças nucleares estratégicas porque os sistemas de armas nucleares soviéticos, seus portadores, objetivamente, já chegaram ao fim de seu prazo de vida útil, nota o editor-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional) Igor Korotchenko:
     “Quando terminar o prazo de serviço dos submarinos nucleares soviéticos de classe estratégica, teremos quatro Boreis na frota do Pacífico e quatro Boreis na Frota do Norte. Será garantido o patrulhamento contínuo em regime de combate por pelo menos dois submarinos – um na Frota do Norte, outro na Frota do Pacífico – prontos para lançamento imediato de mísseis contra um potencial inimigo.”
     Além dos Boreis estratégicos, até 2020 devem entrar em serviço da Marinha russa pelo menos oito novíssimos submarinos nucleares multiúso do projeto 885 Yasen, armados com mísseis de cruzeiro de 4ª geração. O primeiro navio desta série, Severodvinsk, está praticamente pronto. Ao mesmo tempo, foi anunciada a próxima modernização dos nove submarinos nucleares multiúso do projeto 971 Shchuka-B (Akula no registro OTAN). Estes navios estão armados com toda uma variedade de sistemas modernos de ataque, mísseis submarinos Shkval e mísseis de cruzeiro Granat. Os mísseis Shchuka são capazes de destruir alvos inimigos tanto em mar como em zonas costeiras.
     Finalmente, a Marinha russa recebe novas modificações de submarinos diesel do projeto 636 Varshavyanka e navios do último projeto 677 Lada. Todos eles também estão armados com os mísseis de cruzeiro mais modernos do complexo Club.
     Em 2013, a Marinha russa recebeu várias dezenas de navios de combate e de apoio, incluindo corvetas furtivas, fragatas, navios e barcos de mísseis. E após a transferência para a Índia do porta-aviões Vikramaditya (antigo Admiral Gorshkov), modernizado para ela, nos círculos militares russos recomeçou a discussão sobre a criação de sua própria frota de porta-aviões. Por enquanto, a Rússia tem um cruzador porta-aviões nuclear, o Admiral Kuznetsov. De acordo com os militares, e muitos políticos, o elemento de imprevisibilidade nas relações internacionais e os interesses geopolíticos da Rússia exigem a construção de novos porta-aviões. É bem entendido que o porta-aviões em si é apenas metade da batalha, diz o editor executivo do jornal Nezavisimoe Voyennoe Obozrenie (Revista Militar Independente) Viktor Litovkin:
“Um porta-aviões com uma certa quantidade de caças ou bombardeiros, com um avião de patrulha aérea e orientação de longo alcance. Junto com ele vem toda uma caravana de vários cruzadores de mísseis, várias fragatas, várias corvetas e embarcações de apoio. Esta é uma tarefa muito complicada, é necessária a criação de grupos de porta-aviões. Pelo menos um para o Norte, e um para o Pacífico.”
Quanto ao ano de 2013, entre os diversos eventos navais ele será lembrado não somente pelas novidades da indústria. A demonstração da bandeira de Santo André (a bandeira da Marinha russa) ao largo da costa da Síria por navios do recém-formado agrupamento do Mediterrâneo mostra que a frota russa, depois de uma longa pausa, voltou a entrar decisivamente no Oceano Mundial e não pretende deixá-lo.
Autor: Nikita Sorokin

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