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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Marinhas da Rússia e da China cumprem primeira missão conjunta

Marinhas da Rússia e da China cumprem primeira missão conjunta
Foto: RIA Novosti

Moscou e Pequim foram unânimes em qualificar como um sucesso a cooperação, pela primeira vez na história, entre navios de guerra de ambos os países no cumprimento de uma missão militar.

A operação visou garantir a segurança da operação de carga das armas químicas da Síria e a sua escolta do porto de Latakia até à costa da Itália.
O primeiro carregamento de substâncias tóxicas militares foi retirado da Síria a 7 de janeiro. O Ministério da Defesa da Rússia e o MRE chinês expressam a mesma opinião: a interação do cruzador porta-mísseis russo Petr Velikiy e da fragata Yancheng durante a missão decorreu com sucesso. Ambos os navios realizaram a escolta e acompanhamento da viagem do navio Ro-Ro dinamarquês Ark Futura com as armas químicas sírias a bordo.
Moscou e Pequim insistiram a nível diplomático que a eliminação das armas químicas sírias era parte da solução do problema sírio, referiu a esse respeito o perito em assuntos navais Prokhor Tebin. Foram também a Rússia e a China a usar o seu potencial militar para a sua resolução pacífica:
“Esta operação é importante para a China e para a Rússia. Especialmente para a China, porque esta é na prática a primeira vez que a China se vê envolvida numa missão militar naval importante longe do seu próprio território. A China participou em missões de combate à pirataria internacional, mas o seu papel foi bastante limitado. A Rússia e a China são parceiros estratégicos. Os dois países tendem a tomar posições semelhantes e frequentemente comuns relativamente a diversas questões de segurança internacional. Este tipo de interação entre os seus navios de guerra é necessário e útil.”
Durante a operação no Mediterrâneo, os navios russo e chinês mantiveram entre si uma distância rigorosamente definida pelos regulamentos navais e pelas ordens da missão. Durante toda a viagem de carregamento e transporte da carga, eles estiveram em comunicação permanente via rádio. Todos os movimentos eram rigorosamente coordenados. Para isso, segundo afirmou o comandante da força-tarefa da Marinha de Guerra da Rússia no Mediterrâneo capitão-de-mar-e-guerra Oleg Peshkurov, a bordo do Petr Velikiy foi criado um centro de comando coordenado. Durante a missão nesse centro se encontravam oficiais de ligação das marinhas da China, da Dinamarca e da Noruega.
A manutenção da segurança das operações de carregamento e transporte das armas químicas sírias não se limitou a evitar que as substâncias tóxicas pudessem contaminar o mar ou o pessoal que as manipulava. Durante uma missão militar nunca é de excluir a possibilidade de ocorrer alguma provocação, inclusivamente com recurso às armas. Os objetivos podem ser vários: impedir a operação, minar o prestígio da comunidade internacional e dos países encarregados da missão para retirar da Síria as armas químicas e destruí-las.
Também é elevada a probabilidade de existirem tentativas dos terroristas radicais islâmicos para capturarem pelo menos parte da carga transportada para futura chantagem ou uso dessas armas. Por isso o Petr Velikiye a Yancheng deviam não apenas seguir de ambos os lados, ou à vante e à ré, do navio dinamarquês que transportava a carga mortífera. A escolta pressupunha um controle conjunto da situação operacional tanto na superfície do mar, como no ar, como debaixo de água.
O sucesso nessa interação não foi alcançado apenas pela elevada prontidão dos marinheiros russos e chineses. Eles também tinham adquirido experiência ao longo das manobras conjuntas Interação Naval. As primeiras manobras de navios de guerra da história dos dois países decorreram no mar Amarelo em 2012. Um ano depois, as manobras foram repetidas no mar do Japão, no Golfo de Pedro o Grande, perto de Vladivostok. Em ambos os casos estiveram envolvidos até 25 navios de diferentes classes para treinar a interação na escolta de navios e no reabastecimento em alto mar. Os marinheiros russos e chineses também treinaram em conjunto manobras de defesa antissubmarino, antiaérea e anti-navio com o apoio de caças e helicópteros embarcados.
Para este ano estão previstas novas grandes manobras militares navais conjuntas da Rússia e da China. O cenário é o mesmo: o combate ao terrorismo no mar. Mas por enquanto o cruzador Petr Velikiy e a fragata Yancheng se encontram nas zonas que lhes foram destinadas no Mediterrâneo. Os navios estão prontos a continuar um trabalho coordenado para garantir a segurança da retirada de mais um carregamento de armas químicas sírias.

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