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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Irã e Estados Unidos alcançam acordo nuclear histórico - Carta Maior

A chefa da diplomacia da União Europeia (UE), a italiana Federica Mogherini, anunciou hoje que foram concluídas satisfatoriamente as negociações para um acordo nuclear para assegurar que o Irã não fabrique armas nucleares, que foi alcançado após a última reunião, nesta terça-feira (14/7). “Pronto! Temos um acordo fechado”, divulgou a diplomata através da rede social Twitter.

Mogherini confirmou assim que finalmente houve um entendimento entre as partes, após quase dois anos de negociações para limitar o programa atômico iraniano, impedindo o país de produzir armas, ao mesmo tempo em que se levantarão as sanções que estrangulam a economia desse país.

“Todos os caminhos para a obtenção de armas nucleares estão cortados”, disse Obama, em discurso realizado na Casa Branca, acompanhado do vice-presidente Joe Biden.

“Esse acordo não está baseado na confiança, e sim na verificação de fatos comprováveis”, destacou o mandatário, que reforçou a informação dada por Mogherini, ao dizer que o pacto impossibilita todas as vias possíveis para que o Irã obtenha armamento nuclear. Obama também detalhou que os inspetores terão acesso às instalações nucleares do Irã e que se o país violar o acordo, todas as sanções que serão suspensas gradualmente nos próximos anos “voltarão a ser impostas”.

“Existe um incentivo bem claro para que o Irã cumpra o pacto, além de consequências também claramente explícitas em caso de violação”, afirmou.

Além disso, Obama lembrou que o Congresso do seu país, controlado pelo opositor Partido Republicano, era cético com respeito às negociações com Irã, e que agora “terá uma oportunidade de revisar os detalhes” do acordo. “Esse acordo mostra que a diplomacia estadunidense é capaz de chegar a grandes e significativas mudanças no cenário global”, completou o presidente dos Estados Unidos.

Por sua parte, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, assegurou que o acordo é “histórico”, e destacou que ele “limita a capacidade nuclear do Irã” além de “permitir que a República Islâmica se reintegre à comunidade internacional”.

Ainda assim, explicou que, segundo as condições do acordo, durante dez anos o Irã necessitará ao menos doze meses para acumular o material necessário para produzir uma arma nuclear. Nos cinco anos posteriores, esse período “seguirá sendo longo”, garantiu Fabius.

Depois desses 15 anos, segundo explicou o ministro francês, o Irã já estará incluído num “protocolo adicional” do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que permite inspeções da ONU às instalações do país sem limites nem avisos prévios.

No caso de que Teerã desrespeite qualquer norma do acordo nuclear recém alcançado, as sanções internacionais contra o país voltarão a ser aplicadas imediatamente, segundo declarou um alto funcionário estadunidense.

O acordo nuclear entre o G5 1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, mais a Alemanha) e o Irã prevê que o programa de enriquecimento de urânio de Teerã seja limitado e supervisado por um período de até 25 anos, enquanto que 95% do urânio já produzido deverá ser diluído o enviado ao exterior

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