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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Israel têm o que temer?






Se o Irã não têm meios, agora, para produzir uma arma nuclear, já que o enriquecimento previsto na usina de Bushehr é de 3,5% e o programa nuclear é para alcançar até 20%, do que Israel têm afinal receios?
O problema não está na produção de um artefato nuclear, e sim que a ampliação da produção de materiais nucleares em concentrações radioativas crescentes, em associação a disponibilidade de foguetes com alcances crescentes, como se vê na imagem acima.  É que neste caso, tendo os foguetes (vetores) e o material contaminante, Teerã poderia lançar um ataque devastador em termos humanos pela simples dispersão deste material radioativo.
Nos anos 80 do século passado, quando o presidente Ronald Reagan relançou a Guerra Fria e levou-a até o colapso da União Soviética, uma das novas armas que seriam incluídas no arsenal estadunidense era uma arma destinada a produzir baixas humanas e quase nenhum dano material.  Conhecida como bomba N, ou de nêutrons, ela era designada como arma de radiação intensiva.
Para os soviéticos era a "bomba capitalista", pois só eliminava as pessoas, numa situação semelhante ao que ocorre com o Irã.  
Hoje ele têm uma tecnologia nuclear embrionária que lhe permite atacar por contaminação e uma variedade de mísseis que atingiriam toda a região do Oriente Médio, partes da Europa incluindo a Rússia, partes da China, Paquistão e Índia.  Só aí temos pelo menos 4 países nucleares diretamente expostos e dotados de capacidade retaliatória: Rússia, Índia, Paquistão e Israel.  Sem considerar a exposição de bases norte-americanas de variados tamanhos  e objetivos.
Na família de mísseis iranianos, estão operacionais tanto os Shahab-1 (280 km de alcance) até os Shahab-3 que cobrem distâncias entre 1300 até 2000 km.  Isso enquanto não fica operacional o Shahab-5, cuja especificação é de um alcançe até 3.500 km.
A situação de momento é que os EUA têm reiterado que um ataque nuclear contra os israelenses será entendido como uma agressão aos próprios Estados Unidos, o que estende o "guarda-chuva" dissuassório sobre Tel Aviv.  Os demais poderes nucleares regionais não são aliados automáticos de Teerã, mesmo o Paquistão que está às voltas com a ação de fundamentalistas, é sunita e uma alteração radical em Karachi não será deixada sem resposta em Nova Dhéli.  E Israel não têm meios próprios, na escala exigida para uma ataque ao Irã, o que implicaria o envolvimento diretos dos EUA fosse com reabastecimento aéreo, fosse com apoio eletrônico, por exemplo.
Mas ninguém vai puxar o gatilho sem levar em consideração tantos lados da questão.

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