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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Massacre na Noruega - Três Décadas Após Bolonha

Poucas horas após o início de seus ataques, um extremista de Direita foi preso e assumiu a culpa, revelando-se nas horas seguintes a existência de um manifesto - com vários trechos plagiados e atribuíveis ao "Unabomber" (terrorista doméstico dos EUA atualmente preso e cumprindo pena de prisão perpétua), e que em cerca de 1500 páginas desfilava basicamente a ideia de uma cruzada cristã contra o "totalitarismo islâmico", a invasão europeia pelos muçulmanos, uma espécie de guerra civil provocada pela inclusão destas populações e os ataques contra o governo e os jovens reunidos num congresso como decorrentes de uma "traição" do atual governo e seu partido em relação a inclusão de islâmicos.

Dentro de poucos dias estará se completando 31 anos do selvagem ataque na estação italiana de Bolonha.  Nesta, como agora, a autoria foi de indivíduos de extrema direita.
Era o período da manhã de 2 de agosto de 1980 quando cerca de 23kg de explosivos detonaram na estação de segunda classe, matando 85 pessoas e ferindo mais de 200 passageiros, no pior atentado da história italiana pós-Segunda Guerra.
Na outra ponta do espectro político, as então ainda atuantes Brigadas Vermelhas - muito mais visíveis em seu propósito de destruir o Estado italiano e instalar um governo revolucionário marxista já haviam promovido ações espetaculares como os sequestros do ex 1º ministro e líder da Democracia Cristã Aldo Moro [executado após 55 dias de cativeiro] e do general James Dozier, alto oficial norte-americano e da OTAN - este resgatado.  Mas suas ações eram mais seletivas e emblemáticas do que necessariamente mortíferas.
Comparando-se os terrorismos Negro e Vermelho, era perceptível que já naquela época as ações de extrema-direita tendiam a gerar uma quantidade muito maior de vítimas, enquanto o Vermelho alimentava-se de propaganda e repercussões para gerar instabilidade, crise, desordem, caos, etc.
O episódio norueguês reatualiza a mesma situação.
Lênin afirmava que o "o objetivo do Terror é aterrorizar", associando-o porém a onjetivo políticos que permitiriam colocar em xeque o estado liberal-burguês e destruí-lo pela vi revolucionária.
Para o atirador na Noruega, seu confuso e descoordenado discurso parece uma demonstração de estupidez, narcisismo, xenofobia descontrolada, etc, onde o fundamental é ser lembrado.
Eric Hobsbawn disse certa vez numa passagem pelo Brasil e indagado para o então recente fenômeno da criminalidade do tipo "arrastão" que além de ser um tipo de assalto "pré-capitalista" (considerando-se a quantidade de envolvidos e o lucro a ser repartido, que muitas vezes, ser visível pela criminalidade, era melhor do que não ter visibilidade alguma!
Nestes primeiros momentos, parece que este elemento buscava um pouco disto: ser lembrado.
Se como "monstro" ou "salvador", só a História dirá.
Ademais, somente ela dirá inclusive, se ele será lembrado por alguma coisa!

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