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sábado, 7 de janeiro de 2012

Hawker, nos EUA, tenta levar contrato no "tapetão"

Reação contra Embraer era esperada


Roberto Godoy, de O EStado de S. Paulo


A geração de empregos, principal argumento da empresa Hawker Beechcraft - derrotada pela Embraer, com o Super Tucano, na escolha de um lote de 20 aeronaves de ataque leve para a Força Aérea americana - na contestação do resultado da licitação que faz na Justiça dos Estados Unidos, não resiste aos fatos.

Força aérea dos EUA suspende encomenda de aviões feita à Embraer
     A companhia, que considera "ameaçadas" pelo contrato de US$ 355 milhões com o fornecedor brasileiro cerca de 1.400 posições de trabalho, exportou nos últimos anos centenas de vagas para o México, onde mantém, no distrito industrial de Chihuahua, três fábricas.
     Dessas instalações saem aviões prontos para entrega, com elevado valor agregado. Diferente disso, a Embraer, associada à Sierra Nevada Corporation, vai montar os turboélice Super Tucanos em sua própria fábrica de Jacksonville, na Flórida. A rede de fornecedores locais envolve cerca de 40 empresas, entre elas as responsáveis pelo miolo eletrônico do avião.
     Ontem, em Washington, advogados especializados em concorrências do governo dos Estados Unidos, consideraram "sólida e confiável" a posição da Embraer. Para esses profissionais, a ação judicial era esperada desde que, após a desclassificação do seu AT-6, a Hawker havia expedido uma nota na qual se dizia surpresa com a decisão e anunciava a intenção de cobrar maiores informações do Departamento de Defesa, o Pentágono.
     Em São Paulo, a Embraer Defesa e Segurança (EDS) preferiu não comentar o assunto. A parceira americana, Sierra Nevada, emitiu em Sparks, no Estado de Nevada, um comunicado no qual destaca sua convicção de que o A-29 Super Tucano é "a melhor resposta à necessidade de uma aeronave para missões de apoio aproximado e ataque leve". A companhia destaca que a suspensão temporária do contrato faz parte do processo de livre competição e que o Government Accountabily Office, órgão controlador da administração federal, será favorável em sua análise.
     A Sierra Nevada conclui destacando que espera ter o A-29 "de construção local" o quanto antes na linha "para dar suporte a nossos militares, homens e mulheres, além de nossos parceiros no Afeganistão".
     O avião da Hawker Beechcraft está em fase de desenvolvimento, o que contraria os termos da concorrência. Em nota oficial, de novembro, a empresa assumiu ter feito investimentos da ordem de US$ 100 milhões no projeto, o que caracteriza aplicação na engenharia do AT-6. O avião nunca entrou em combate e só recentemente pôde realizar os testes iniciais com bombas inteligentes, guiadas a laser, no Arizona, em 28 de setembro e 5 de outubro.
     Já o Super Tucano está em produção desde 1999, ano do primeiro voo, e em operação a contar de 2004 - sete nações adotaram o turboélice. Os pedidos em carteira somam 180 unidades. As entregas batem em 152 aviões.
     Em outubro o modelo foi certificado pela FAA, a agência americana que regula o setor aeronáutico nos EUA. O A-29 é provado em ação. Acumula 18 mil horas de combate sem perdas.
     O interesse da aviação americana pelo turboélice brasileiro está ligado à sua capacidade de oferecer apoio à tropa em terra a baixo custo, não mais de US$ 500 a hora de voo. Outro motivo é que a carga eletrônica embarcada do avião da Embraer é equivalente a dos caças avançados.
FONTE:  Estado de São Paulo on line
http://economia.estadao.com.br/noticias/negócios,reacao-contra-embraer-era-esperada,98596,0.htm

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