Brasília - A presidenta Dilma Rousseff
desembarcou em Nova Deli, na Índia, nesta terça (27), para participar da 6ª
Cúpula dos Brics (o bloco de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul), com muito mais apoio internacional à política externa
que vem desenvolvendo do que tinha no seu primeiro ano de mandato.
Pesquisa divulgada pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) nesta manhã mostra que a percepção positiva
sobre a influência do Brasil em organismos multilaterais aumentou de 15 para 40
pontos e, sobre a importância do país para a América Latina, de 30 para 54
pontos.
O estudo Monitor da Percepção
Internacional do Brasil, realizado a cada três meses, ouviu, nesta última
edição, 176 representantes de embaixadas, organismos internacionais, câmaras de
comércio e empresas de capital internacional instaladas no país, entre 21 de
fevereiro e 12 de março.
No seu primeiro ano como presidenta da
República, Dilma viajou bem menos do que seu antecessor, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Foram 15 visitas oficiais a outras nações, contra 23 de
Lula, no primeiro ano do primeiro mandato dele, e 30, no primeiro ano do
segundo.
Ao contrário de Lula, a presidenta se
manteve longe das grandes polêmicas. Seu posicionamento político internacional
mais ousado foi em setembro, quando abriu pela primeira vez a Assembleia Geral
das Nações Unidas, e defendeu, por exemplo, o reconhecimento da Palestina como
estado-nação.
“Em 2011, realmente houve pouca
participação do Brasil nos fóruns internacionais. Parece que o país ficou mais
preocupado com sua agenda doméstica. Mas essa política externa um pouco mais
revigorada desde o final do ano passado já causa reflexos”, afirma o técnico em
Planejamento e Pesquisa do IPEA, André Pinelli, coordenador da pesquisa.
Investimentos
estrangeiros
A
pesquisa do IPEA mostra também que, apesar do alarde dos grandes jornais sobre
a crise instaurada entre governo e base aliada, os agentes econômicos
estrangeiros acreditam que o Brasil vive seu momento de maior estabilidade
política dos últimos anos, o que contribui de forma positiva na decisão das
empresas internacionais de investirem mais no país.
Do total de entrevistados, 28% consideram
que a influência do ambiente político brasileiro na decisão de trazer
investimentos para o país é altamente positiva, 51%, moderadamente positiva e
5%, neutros. Apenas 13% a consideram moderadamente negativa, e, 3%, negativa.
“Quase 80% dos entrevistados consideraram o momento atual o melhor dos últimos
dois anos, o que é um dado impressionante”, analisa Pinelli.
De acordo com o estudo, o otimismo é tanto
que 38% dos entrevistados apostam que o Brasil irá figurar, nos próximos 10
meses, como o terceiro no ranking dos países que mais recebem investimentos
estrangeiros. “O Brasil nunca alcançou essa marca. Sua melhor posição no
ranking foi o 5º lugar”, acrescentou o economista.
Outros 36% acreditam que o país ficará
entre o 4º e 5º lugar, posição que o Brasil, conforme o técnico em Pesquisa e
Planejamento do IPEA, só ocupou três vezes na história: uma delas em 2010 e
outras duas na década de 1990, durante a série de privatizações promovidas pelo
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
De modo geral, os entrevistados prevêem
melhora no quadro econômico, que em 2011 esteve bem mais desacreditado,
principalmente em função do que Pinelli considera “a demora do governo em dar
respostas à aceleração da inflação”. Pela pesquisa, subiram, agora, os índices
de percepção positiva do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), do
controle da inflação e da melhoria da oferta de crédito.
FONTE: Carta Maior http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19849
FONTE: Carta Maior http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19849
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