Declarações de
líderes israelenses feitas nesta quarta-feira podem indicar um abrandamento da
retórica do governo do país sobre o Irã.
O chefe das
Forças Armadas israelenses, Benny Grantz, disse não acreditar que o Irã vai
desenvolver armas nucleares
Já o ministro da
Defesa, Ehud Barak, afirmou que o governo iraniano "ainda não decidiu
fabricar armas nucleares".
Ambos dizem
acreditar que as sanções aplicadas contra o Irã podem surtir efeito, se
aplicadas por mais tempo.
Resultados
Em entrevista ao
jornal israelense Haaretz, Benny Grantz disse que a liderança iraniana é
composta de pessoas racionais que não desejariam "dar um passo além".
Ele disse ainda
que as sanções internacionais contra o Irã começam a mostrar resultados.
Barak adotou
linha semelhante em entrevista à rádio pública israelense afirmando que
"se os americanos, europeus e nós mesmos estivermos determinados, há uma
chance de parar os iranianos antes que eles adquiram a bomba atômica".
As declarações
parecem contrastar com o tom adotado pelo premiê do país, Binyamin Netanyahu,
que frequentemente acusa o governo iraniano de representar uma ameaça
existencial contra Israel e buscar obter armas nucleares.
Ataque
Segundo o
correspondente da BBC em Jerusalém, Rupert Wingfield-Hayes, as "lideranças
militares nunca foram a favor de um ataque militar contra o Irã".
"Nos
últimos meses, militares da reserva e chefes do serviço secreto disseram
acreditar que um ataque não seria viável. Um chegou a dizer que não acredita
que um Irã nuclear seja uma ameaça existencial a Israel", disse ele.
Um dos pontos de
discórdia entre as lideranças de Israel é o grau aceitável de enriquecimento de
urânio do Irã.
Ehud Barak não
se opõe a que o Irã enriqueça urânio até 20%, sob supervisão internacional, já
que neste grau o minério é usado para fins pacíficos. O Irã já desenvolveu
capacidade de enriquecer o urânio a 3,5%, suficiente para alguns fins médicos.
Netanyahu disse
à rede americana CNN, no entanto, que o Irã "deve parar com todo o
enriquecimento", rejeitando até os 3,5% atuais.
Para a
manufatura de bombas nucleares, é necessária tecnologia para o enriquecimento
de urânio a 90%.
O Irã insiste
que deseja tecnologia nuclear para fins pacíficos, mas países ocidentais acusam
o país de usá-lo como fachada para a fins bélicos.
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