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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lideranças israelenses abrandam tom contra o Irã


Declarações de líderes israelenses feitas nesta quarta-feira podem indicar um abrandamento da retórica do governo do país sobre o Irã.
O chefe das Forças Armadas israelenses, Benny Grantz, disse não acreditar que o Irã vai desenvolver armas nucleares
Já o ministro da Defesa, Ehud Barak, afirmou que o governo iraniano "ainda não decidiu fabricar armas nucleares".
Ambos dizem acreditar que as sanções aplicadas contra o Irã podem surtir efeito, se aplicadas por mais tempo.
Resultados
Em entrevista ao jornal israelense Haaretz, Benny Grantz disse que a liderança iraniana é composta de pessoas racionais que não desejariam "dar um passo além".
Ele disse ainda que as sanções internacionais contra o Irã começam a mostrar resultados.
Barak adotou linha semelhante em entrevista à rádio pública israelense afirmando que "se os americanos, europeus e nós mesmos estivermos determinados, há uma chance de parar os iranianos antes que eles adquiram a bomba atômica".
As declarações parecem contrastar com o tom adotado pelo premiê do país, Binyamin Netanyahu, que frequentemente acusa o governo iraniano de representar uma ameaça existencial contra Israel e buscar obter armas nucleares.
Ataque
Segundo o correspondente da BBC em Jerusalém, Rupert Wingfield-Hayes, as "lideranças militares nunca foram a favor de um ataque militar contra o Irã".
"Nos últimos meses, militares da reserva e chefes do serviço secreto disseram acreditar que um ataque não seria viável. Um chegou a dizer que não acredita que um Irã nuclear seja uma ameaça existencial a Israel", disse ele.
Um dos pontos de discórdia entre as lideranças de Israel é o grau aceitável de enriquecimento de urânio do Irã.
Ehud Barak não se opõe a que o Irã enriqueça urânio até 20%, sob supervisão internacional, já que neste grau o minério é usado para fins pacíficos. O Irã já desenvolveu capacidade de enriquecer o urânio a 3,5%, suficiente para alguns fins médicos.
Netanyahu disse à rede americana CNN, no entanto, que o Irã "deve parar com todo o enriquecimento", rejeitando até os 3,5% atuais.
Para a manufatura de bombas nucleares, é necessária tecnologia para o enriquecimento de urânio a 90%.
O Irã insiste que deseja tecnologia nuclear para fins pacíficos, mas países ocidentais acusam o país de usá-lo como fachada para a fins bélicos.

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