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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Greve de fome em Guantánamo atinge mais da metade dos prisioneiros

Prisioneiros de Guantánamo estão há 60 dias em greve de fome como forma de protesto contra suas prisões e condições do centro de detenção

Mais da metade dos prisioneiros da prisão militar americana de Guantánamo estão em greve de fome. De acordo com um porta-voz militar, alguns estão sendo alimentados à força.
Dos 166 presos no campo de detenção em Cuba, 84 se recusam a alimentar-se como forma de protesto contra a sua prisão e as condições no centro. O número é quase o dobro do divulgado anteriormente por funcionários, embora os presos e seus advogados já tivessem sugerido que a participação era grande.
A greve de fome começou em 6 de fevereiro e vem ganhando adeptos a cada dia. Desde quarta-feira, mais 32 prisioneiros se juntaram a causa. Segundo o militar, nenhum tem risco de vida e 16 estão sendo alimentados a força. Os detentos e seus advogados sugeriram que alguns estão perto da morte.
Na semana passada. os guardas tentaram quebrar os grevistas retirando-os da área comum e colocando-os em solitárias. O movimento levou a violentos confrontos e os guardas tiveram que fazer uso de armas não letais para conter.
Um dos prisioneiros, preso há 11 anos sem acusação ou julgamento é árabe Shaker Aamer, o último preso britânico da ilha. Ele disse ao jornal Observer que tinha perdido um quarto do seu peso desde o início da greve.
- Eu quase não noto todos os meus problemas médicos mais. A dor nas costas por causa das pancadas que tomei, o reumatismo devido ao ar condicionado gelado, a asma agravada pelos sprays tóxicos que eles usam. Há uma lista interminável. E agora, eu tenho a dor da fome - afirma Aamer.
As autoridades americanas alegam que Aamer liderou os jihadistas estrangeiros junto com o Talibã e que ele participou da Batalha de Tora Bora, onde acredita-se que Osama Bin Laden teria sido brevemente preso antes de escapar para o Paquistão.
O argumento de Aamer é que grande parte das provas contra ele vieram de um prisioneiro que o testemunho, alega-se, teria sido obtido sob tortura.
Já se passaram quatro anos desde que o presidente Barack Obama prometeu que o centro de detenção na Baia de Guantánamo, repetidamente criticado por organizações de direitos humanos, seria encerrado. Em vez disso, seu governo está considerando um projeto de 200 milhões para renovar o espaço que incluiria a construção de um novo edifício para os chamados prisioneiros de “alto valor”.

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