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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O presidente venezuelano Hugo Chavez anunciou mais compras de armas destinadas a "defesa nacional", no valor de US$2 bilhões e que incluem 92 tanques T-72 e 300 foguetes terra-ar Smerch S-300 (com 300 km de alcance), segundo o G1, e que Chavez designou em seu programa semanal de rádio como "uns foguinhos russos". Segundo o Estadão,em noticiário do dia 08 do corrente, o pacote incluiria também 3 submarinos e mais 10 helicópteros, e que assim dá prosseguimento ao que foi classificado em julho passado - ainda segundo o Estadão - como "acordo para ampliar e dar maior planejamento com intercâmbio militar bilateral", e onde já se comentava uma aquisição de veículos blindados de transporte BMP e MPR, mais os T-72 e os foguetes antiaéreos, e que se juntariam aos 24 Sukhoi-30, 50 helicópteros de combate e transporte e os 100 mil AKs-47.
São compras bilionárias que ascendem a US$ 4 bilhões de dólares desde 2005 (Estadão) ou US$ 4,4 bilhões (segundo a AFP). O governo de Caracas alega a hostilidade norte-americana que ameaça a revolução bolivariana, secundada pela subserviência colombiana e a recente cessão de 7 bases militares só reforçou o discurso anti-americano de Chavez. Hostil em relação a Washington, o governo venezuelano tem se aproximado do Irã - inclusive oferecendo seu território para a instalação de mísseis iranianos - que evidentemente seriam apontados para o sul dos EUA e recriando a Crise dos Mísseis de 1963. Além disso aceitou realizar manobras navais no Caribe com uma flotilha russa e esta aproximação é vista como "perigosa" pela Casa Branca, enxergando na mesma uma articulação Venezuela-Irã-Rússia (e por que não Coreia do Norte) como algo potencialmente negativo - apesar das bravatas chavistas.
Mas enquanto a Venezuela, com todo o estardalhaço que faz, acordou com a Rússia compras da ordem de menos de 10 bilhões de reais, o Brasil anunciou no dia 7 passado um projeto de 22 bilhões de reais, numa "parceria estratégica" franco-brasieira que incluiria:
36 caças Rafale ao custo de 4 bilhões de dólares;
5 submarinos (sendo um nuclear de ataque - propulsionado por energia atômica);
50 helicópteros (a serem montados aqui);
1 estaleiro para a montagem do submarino nuclear (provavelmente o primeiro mas não único);
1 nova base de submarinos;
O projeto de dotar a Marinha Brasileira de 35 unidades modernas de superfície até 2020 (o que a tornaria a mais poderosa força naval da América Latina);
E uma promessa de reforço do treinamento e equipagem do Exército.
Objetivando reforçar os meios dissuassórios nacionais e prover alguma garantia sobre as amazônias Verde e Azul, além do pré-sal, se de fato for implementado, este projeto de reequipamento das Forças Armadas inverte anos de descaso e abandono das mesmas. E o maior impulsionador deste como um projeto de Estado e não de governo, parece ser o próprio Hugo Chavez.
O governo dos EUA não vê com maus olhos o reforço militar brasileiro pois este viria a contrabalançar, em nível regional, as ambições venezuelanas. Mas também serviria para conter a entrada de equipamentos militares russos e chineses, e consequentemente da influência sino-russa, na região. A decisão política de optar pelos Rafale, e não os F-18 norte-americanos, ainda seria preferível aos Sukhoi russos que estavam na disputa pela reequipagem da FAB.
O chamado Fator Chavez seria responsável, inclusive, pela ampliação de 20 para 36 jatos no pedido inicial. Cobrindo até 3125 km, os Rafale poderiam numa segunda fase - prevista mas não acordada - passarem a ser construídos no Brasil e elevando a força de caças até 120 unidades, o que seria menos que a previsão de aquisições venezuelanas com 150 Sukhois. Mas uma força deste tamanho daria uma maior garantia de efetiva transferência de tecnologia.
O mesmo Rafale também foi estudado como alternativa para uso do A1 São Paulo, na versão de uso em porta-aviões e que substituiriam os obsoletos Skyhawk atualmente em uso, necessitando de algumas modificações na embarcação que incluiria uma rampa de salto complementando as catapultas de arremesso.
Temos assim que o Chile tem ampliado suas compras, a Argentina idem, Venezuela e Brasil também e de forma crescente. Temos ou não uma corrida armamentista na região?

Fontes: G1, Estadão, AFP, Blog da Defesa e Defesa BR.

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