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terça-feira, 24 de julho de 2012

Oriente Médio - a 3ª Onda de Descolonização?

     Desde que os movimentos sociais explodiram no Oriente Médio, varrendo até aqui três longas ditaduras e mergulhando a Síria numa guera civil de fato, a situação transitou da Primavera Árabe (com sua aura de esperança e renovação) para uma revolta mais ou menos encadeada e que embaralha as já complexas relações que perpassam a região.
     E em meio a essa situação vão surgindo novas questões a exigirem respostas.
     Qual será a nova centralidade geopolítica do Oriente Médio?
     Se outrora a centralidade síria foi evidente - até por ter sido sede de um dos califados islâmicos - hoje essa centralidade é uma questão em aberto.
     A Turquia possui uma crescente influência no Oriente Médio decorrente de seu crescimento econômico, sua posição intermediária, sua história, ser membro da OTAN e ter controle sobre um arsenal nuclear baseado em seu território (embora de posse norte-americana), etc e que exporta ou projeta um modelo de Estado que se não é mais tão laico quanto outrora (kemalismo), é ainda hoje pautado no secularismo.  E isso contrapõe a Turquia aos governos notoriamente associados ao fundamentalismo teocrático ou de forte cunho religioso.
     Já o Irã emerge como um evidente perdedor na questão da Síria.  A dinastia Assad manteve com mão de ferro o controle sobre o país e reprimiu os movimentos religiosos, afirmando o caráter secular de seu país.  Mas as conveniências políticas aproximaram o Irã e a Síria, tanto o combate contra Israel e os interesses norte-americanos na região, como o enfrentamento ao sunismo que tem na Arábia Saudita seu principal expoente.  A aliança entre Teerã-Damasco e o Hezbollah libanês dava acesso "direto" do Irã a Israel.
       A atual onde de revoltas sucede-se a outras duas anteriores e marcantes.
     A 1ª que levou à derrocada do império otomano após a Grande Guerra de 1914-1918.  A esta seguiu-se a uma segunda onda quando as potências ocidentais, a saber Inglaterra e França, foram por sua vez expulsas da região.
     Estas redefiniram, cada uma a sua maneira, o mapa geográfico, político e estratégico do Oriente Médio.
      Podemos estar assistindo a uma nova arrumação deste tabuleiro

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