E em meio a essa situação vão surgindo novas questões a exigirem respostas.
Qual será a nova centralidade geopolítica do Oriente Médio?
Se outrora a centralidade síria foi evidente - até por ter sido sede de um dos califados islâmicos - hoje essa centralidade é uma questão em aberto.
A Turquia possui uma crescente influência no Oriente Médio decorrente de seu crescimento econômico, sua posição intermediária, sua história, ser membro da OTAN e ter controle sobre um arsenal nuclear baseado em seu território (embora de posse norte-americana), etc e que exporta ou projeta um modelo de Estado que se não é mais tão laico quanto outrora (kemalismo), é ainda hoje pautado no secularismo. E isso contrapõe a Turquia aos governos notoriamente associados ao fundamentalismo teocrático ou de forte cunho religioso.
Já o Irã emerge como um evidente perdedor na questão da Síria. A dinastia Assad manteve com mão de ferro o controle sobre o país e reprimiu os movimentos religiosos, afirmando o caráter secular de seu país. Mas as conveniências políticas aproximaram o Irã e a Síria, tanto o combate contra Israel e os interesses norte-americanos na região, como o enfrentamento ao sunismo que tem na Arábia Saudita seu principal expoente. A aliança entre Teerã-Damasco e o Hezbollah libanês dava acesso "direto" do Irã a Israel.
A atual onde de
revoltas sucede-se a outras duas anteriores e marcantes.
A 1ª que levou à
derrocada do império otomano após a Grande Guerra de 1914-1918. A esta seguiu-se a uma segunda onda quando as
potências ocidentais, a saber Inglaterra e França, foram por sua vez expulsas
da região.
Estas
redefiniram, cada uma a sua maneira, o mapa geográfico, político e estratégico
do Oriente Médio.
Podemos estar
assistindo a uma nova arrumação deste tabuleiro
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