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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Irã - Nota curta

Neste final de semana houve um desdobramento "inesperado" das recentes manifestações contra o governo Ahmadinejad.
Um grupo sunita, denominado Soldados de Deus, desfechou um ataque suicida contra um grupo de militares iranianos, incluindo mais de uma dezena de oficiais da Guarda Revolucionária, força de elite e de defesa da revolução islâmica, responsável pelos programas nuclear e de mísseis balísticos, entre outras atvidades.
Entre os mortos estão um general, Nur Ali Shushtari - auxiliar do comandante do exército terrestre deste corpo - e o general Rajab Ali Mohammad Zadeh, comandante provincial.
A anos este grupo - a rigor desconhecido - vêm lutando contra as autoridades de Teerã em torno da busca por maior autonomia no Baluchistão e, segundo denúncias do governo iraniano, abastecido pelos EUA, Grã-Bretanha e Paquistão.
Este ataque, denominado de "Operação Martírio", demonstra as fissuras hoje existentes no regime iraniano, desgastado pela onda de manifestações contra a "vitória" de Ahmadinejad e expressa que a questão nuclear não consegue gerar uma unidade monolítica no país, já que existe uma insatisfação tácita dos descontentes políticos e a oposição, mais aberta agora, das dissidências religiosas e nacionais.
Resta saber se esta dissidência em particular possui fôlego para continuar enfrentando o regime, ou foi apenas um ato isolado.
Mas não deixa de ser inusitado que o regime que mais valorizou o martírio dos crentes, venha, agora, a ser vitimado pelo mesmo fanatismo ou despreendimento...depende do ponto de vista.

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