QUARTA-FEIRA, 28 DE MARÇO DE 2012
Celso Amorim propõe cooperação em
defesa na América do Sul.
Propondo ”diálogo e negociação” como forma
de equacionar eventuais divergências, o ministro da Defesa, Celso Amorim,
reiterou na sexta-feira passada (23/03) a importância de a América do Sul
investir em ações de cooperação e integração no campo de defesa.
Em aula magna proferida na Escola Militar
do Chile, na capital do país, Amorim disse que segurança e defesa não escapam à
pauta de integração entre as democracias da região, mas a embasam e consolidam.
O evento marcou o início de uma visita oficial de cinco dias do ministro
brasileiro ao país andino.
“A prosperidade e a segurança de cada um
de nossos países são indissociáveis da prosperidade e da segurança de todos”,
afirmou ele, perante um auditório repleto de militares. Cerca de 600
participantes do curso conjunto das academias de guerra chilenas, além de
agregados de outros países, compareceram ao evento.
Na palestra intitulada Estratégia de
Defesa do Brasil e América do Sul, Celso Amorim defendeu, em língua espanhola,
a ideia de que a cooperação militar regional, nos mais variados níveis, pode
aprofundar o sentido de uma unidade sul-americana, com benefícios para a
estabilidade e a prosperidade de toda a região.
Utilizando a indústria de defesa como
exemplo, citou a construção do avião cargueiro KC-390 – de iniciativa
brasileira, mas que conta com a participação de outros países, inclusive da
América do Sul – como modelo de integração tecnológica e industrial. “A
complementaridade não é o único benefício de projetos como esse. Trata-se de
construir e aprofundar confiança, renovar mentalidades e expandir associações
estratégicas”, garantiu.
Dissuasão
regional
Para o ministro da Defesa, a integração
entre os países sul-americanos deve ser alicerçada na transparência das ações e
na orientação para a preservação da paz. A esse respeito, observou que o
subcontinente caminha para ser uma comunidade de segurança, na qual a guerra é
impensável como método de solução de controvérsias.
“Nossa reflexão sobre o papel da América
do Sul no sistema internacional deve estar fundamentada na identidade
democrática e não conflitiva que distingue nossa região”, sublinhou. E lembrou
o compromisso regional de manter a América do Sul como zona livre de armas
nucleares.
No entanto, Celso Amorim alertou para a
importância de a América do Sul “estar ciente da necessidade de dissuasão em
nível regional”, devido a seus vastos recursos energéticos, minerais, vegetais,
humanos, de água e de biodiversidade.
“A História nos ensina que a possibilidade
de que os ativos de nossa região se tornem objeto de competição e cobiça
internacional não pode ser descartada, por mais pacíficas que sejam nossas
orientações políticas e por mais voltados que estejamos para o diálogo e a
negociação como métodos de solução de conflitos”, explicou.
Ao tratar do tema, o ministro da Defesa
foi enfático ao dizer que “ser pacífico não significa ser desarmado”. E afirmou
que é prudente que os países da região preparem suas forças de modo a tornar o
custo de eventuais agressões proibitivo.
Gastos
Militares na América Latina. foto: www.deperu.com
“Estamos dirigindo esforços para equipar e
adestrar satisfatoriamente nossas Forças Armadas. Queremos fazê-lo de forma
crescentemente integrada com nossos sócios e parceiros da Unasul e, na medida
do possível, da América Latina e do Caribe”, garantiu.
Celso Amorim permanece na capital chilena
até a próxima terça-feira (27/03), onde terá reuniões de trabalho com
autoridades nacionais e comparecerá à abertura da FIDAE 2012 (Feira
Internacional do Ar e do Espaço), maior feira de aviação da América Latina.
fonte:
Iranews
FONTE: Dinâmica Global http://dinamicaglobal.blogspot.com.br/2012/03/celso-amorim-propoe-cooperacao-em.html
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