As equipes de representantes do governo
colombiano e das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegam neste
domingo (14/10) em Oslo, capital norueguesa, para encontro de negociação de
paz.
Durante dois dias, ambas as partes irão
travar diálogos em busca de um acordo para terminar com o conflito que atinge o
país há quase 5 décadas. O resultado deste encontro será anunciado em uma
entrevista coletiva conjunta na próxima quarta-feira (17/10), conforme já havia
sido anunciado.
As negociações serão acompanhadas por
representantes da Noruega, de Cuba, da Venezuela e do Chile que participam do
processo desde o seu início. Segundo o presidente colombiano, Juan Manuel
Santos, “sem o apoio destes países, não chegaríamos até aqui”.
Os detalhes sobre o diálogo na Noruega
estão sendo mantidos sob sigilo e a discrição do país-sede tem contribuído
muito para esse objetivo, segundo os jornais colombianos.
Fontes que não quiseram se identificar
afirmaram a radio colombiana Caracol que os delegados da FARC viriam de Havana
em um voo com escala em Paris. Outros jornais locais indicam que a roda de
negociações acontecerá em um espaço afastado da cidade norueguesa.
Histórico
Sustentado em três etapas, o acordo
contará com cinco pontos principais exigidos pelo governo: desenvolvimento
rural; garantias para o exercício político de oposição e da participação
cidadã, fim do conflito armado e do narcotráfico; e, por fim, reconhecimento
dos direitos e atendimento às vítimas.
Santos confirmou que o diálogo começou há
cerca de seis meses, em Havana, com o acompanhamento de Cuba e Noruega, que
“continuarão atuando nas próximas etapas da negociação”. Antes do início do
diálogo, porém, também foi realizado um “trabalho preparatório”, de um ano e
meio de duração.
O presidente se mostrou otimista para o
sucesso do diálogo e elogiou as FARC por “terem respeitado tudo o que foi
acordado até aqui”, mas garantiu que continuará com todas as operações
militares e que não cederá “nenhum milímetro do território nacional”. “Se as
FARC continuarem com a mesma seriedade, temos boas perspectivas de êxito. Peço
paciência e força ao povo colombiano, ante um eventual aumento de violência por
parte das FARC, que seria respondido com toda a contundência. O governo não
fará concessões de nenhum tipo na parte militar.”
O processo de negociação pela paz foi
anunciado no dia 4 de setembro por Santos. “Confirmo a assinatura do Acordo
Geral para o Fim do Conflito, que consiste em uma visão conjunta e uma agenda
para o término da violência no nosso país. Tenho a convicção de que estamos
frente a uma oportunidade real de acabar de forma definitiva com o conflito
interno”, afirmou o presidente.
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