As Forças Armadas dos EUA obterão, dentro
em breve, uma nova super arma. Vários analistas vislumbram nisto um desejo de
reafirmar o status de superpotência numa nova volta da espiral do progresso
tecnológico e científico.
Trata-se de um laser de estado sólido
capaz de, citando a mídia, queimar os alvos como um maçarico. Graças à
intensificação dos trabalhos de projeção e desenvolvimento, a arma irá aparecer
num dos navios de guerra norte-americanos estacionados no Golfo Pérsico já em
2014, ou seja, dois anos antes do prazo anteriormente programado.
O novo laser de combate é capaz de
destruir drones e lanchas de guerra. Ainda não é suficientemente potente para
atingir aviões supersônicos e mísseis em fase final de trajetória. Mas essa é
uma questão só do tempo. Os norte-americanos, é bem perceptível, se sentem
orgulhosos pelo trabalho realizado e relacionam grandes esperanças com a arma
nova.
É que os EUA precisam de reter o status de
superpotência e, para tal, se adiantarem aos concorrentes geopolíticos na área
técnico-militar. Os norte-americanos necessitam um arranque. Eles têm que
ultrapassar todos os demais, tal como o acontecera outrora com a bomba atômica.
Mas hoje em dia as armas nucleares já deixaram de ser apercebidas como algo
inacessível.
Deveras, ainda nem todos dispõem de armas
nucleares, longe disso. No entanto, tampouco se pode falar de exclusividade. O
regime de não-proliferação está se tornando cada vez mais difuso a despeito de
todos os esforços para o impedir.
Entrementes, sem super arma não há
superpotência. Uma força armada cuja potência se distingue substancialmente da
das forças armadas dos outros estados, é um dos quatro elementos mais
importantes que determinam o carácter exclusivo de um dado estado na palestra
internacional.
Os restantes três elementos caraterísticos
da superpotência – o prestígio político e ideológico a nível mundial, altíssimo
potencial econômico e ambições expansionistas globais –, tudo isso os
norte-americanos o possuem em tal ou qual grau.
Portanto, o que falta é um novo porrete
ameaçador, a disponibilidade do qual permite promover seus interesses com uma
eficiência muito maior do que todas as manhas diplomáticas. Daí é o anelo atual
dos norte-americanos para avançar, o mais rápido e o mais longe possível, na
corrida das tecnologias de guerra e sua aplicação prática. Relata o analista
militar Viktor Litovkin:
"As armas nucleares estão ainda
bastante longe de seu fim. Mas já assistimos ao advento de armas de laser,
armas de raio, armas radiológicas (que hoje em dia são implementadas cada vez
mais ativamente na prática) e os equipamentos de guerra radioeletrônica que
inutilizam os sistemas de reconhecimento, navegação e detecção de alvos. Sem
estes sistemas o combate moderno já é impossível hoje. Pois atualmente já não
se trata do material blindado como tal, trata-se de fazer com que este se
converta num montão de ferro inútil e incapaz de se mover ou voar, em caso de
aviões, porque seus motores pararam, ou porque seu canhão falhou ou os
aparelhos óticos ficaram "cegos", e por aí adiante. O futuro
pertence, em primeiro lugar, a estas tecnologias".
Contudo, ainda há dez anos, Evgueni
Primakov, um destacado político russo, vaticinou o fim da época de
superpotências. O próprio conceito de "superpotência", na opinião
dele, é um produto e categoria da guerra fria. A superpotência aglutinava em
sue torno um conglomerado de estados afiançando-lhes sua segurança numa dura
confrontação com o bloco opositor.
Atualmente, o quadro tem mudado. A ausência
de confrontação global exclui a necessidade de, por exemplo,
"guarda-chuvas nucleares" que os EUA e a URSS "abriam"
sobre seus aliados e parceiros.
Sem dúvida alguma, os EUA (bem como a
Rússia) não é, de nenhuma maneira, um estado regional, mas sim mundial. Mas o
fato de estar no proscênio geopolítico e a qualidade de ser uma superpotência,
são as alternativas bem diferentes. A primeira implica uma cooperação
diversificada em vários vectores e a confiança em seus parceiros, enquanto a
segunda é a solidão de um senhor feudal e o medo aos vassalos, os quais, por
via de dúvida, não se deve perder da vista.
Parece lógico que a primeira alternativa
corresponde num grau maior aos interesses dos EUA, e que, ao optar por ela,
após a Rússia, os Estados Unidos irão assegurar seu desenvolvimento
sustentável. E o futuro comum será muito mais tranquilo sem laseres de combate
e outras super armas.
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