O ano que
passou foi marcado para a Rússia por muitos acontecimentos importantes
na política externa e de defesa. A modernização em larga escala das
forças armadas afetou também a marinha, concebida para reforçar a
influência de uma grande potência naval.
Simbolicamente,
o ano começou com a entrada em serviço da Marinha russa do novo
submarino nuclear de mísseis estratégicos Yuri Dolgoruky e termina com a
entrada em serviço de um outro submarino da mesma classe, Alexander
Nevsky. Como disse o presidente russo Vladimir Putin, a dinâmica da
construção da frota de submarinos nucleares permite contar com que a
Rússia conseguirá renovar completamente a componente naval da tríade
nuclear estratégica até 2020.
Yuri
Dolgoruky e Alexander Nevsky são submarinos do projeto 955 Borei.
Atualmente, o terceiro submarino de mísseis nucleares desse projeto,
Vladimir Monomakh, que entrará em serviço de combate já no próximo ano,
está passando testes estaduais. Durante os próximos sete anos, a Marinha
russa receberá outros cinco submarinos desses. Se hoje cada um dos três
acima mencionados submarinos da classe Borey está armado com dezesseis
mais recentes mísseis balísticos Bulava, os seguintes submarinos já
terão vinte tais mísseis. O Bulava é capaz de transportar até o alvo
entre seis e dez ogivas nucleares de orientação individual.
A Rússia
lançou tal dinâmica modernizando de suas forças nucleares estratégicas
porque os sistemas de armas nucleares soviéticos, seus portadores,
objetivamente, já chegaram ao fim de seu prazo de vida útil, nota o
editor-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional) Igor
Korotchenko:
“Quando
terminar o prazo de serviço dos submarinos nucleares soviéticos de
classe estratégica, teremos quatro Boreis na frota do Pacífico e quatro
Boreis na Frota do Norte. Será garantido o patrulhamento contínuo em
regime de combate por pelo menos dois submarinos – um na Frota do Norte,
outro na Frota do Pacífico – prontos para lançamento imediato de
mísseis contra um potencial inimigo.”
Além dos
Boreis estratégicos, até 2020 devem entrar em serviço da Marinha russa
pelo menos oito novíssimos submarinos nucleares multiúso do projeto 885
Yasen, armados com mísseis de cruzeiro de 4ª geração. O primeiro navio
desta série, Severodvinsk, está praticamente pronto. Ao mesmo tempo, foi
anunciada a próxima modernização dos nove submarinos nucleares multiúso
do projeto 971 Shchuka-B (Akula no registro OTAN). Estes navios estão
armados com toda uma variedade de sistemas modernos de ataque, mísseis
submarinos Shkval e mísseis de cruzeiro Granat. Os mísseis Shchuka são
capazes de destruir alvos inimigos tanto em mar como em zonas costeiras.
Finalmente,
a Marinha russa recebe novas modificações de submarinos diesel do
projeto 636 Varshavyanka e navios do último projeto 677 Lada. Todos eles
também estão armados com os mísseis de cruzeiro mais modernos do
complexo Club.
Em 2013, a
Marinha russa recebeu várias dezenas de navios de combate e de apoio,
incluindo corvetas furtivas, fragatas, navios e barcos de mísseis. E
após a transferência para a Índia do porta-aviões Vikramaditya (antigo
Admiral Gorshkov), modernizado para ela, nos círculos militares russos
recomeçou a discussão sobre a criação de sua própria frota de
porta-aviões. Por enquanto, a Rússia tem um cruzador porta-aviões
nuclear, o Admiral Kuznetsov. De acordo com os militares, e muitos
políticos, o elemento de imprevisibilidade nas relações internacionais e
os interesses geopolíticos da Rússia exigem a construção de novos
porta-aviões. É bem entendido que o porta-aviões em si é apenas metade
da batalha, diz o editor executivo do jornal Nezavisimoe Voyennoe
Obozrenie (Revista Militar Independente) Viktor Litovkin:
“Um
porta-aviões com uma certa quantidade de caças ou bombardeiros, com um
avião de patrulha aérea e orientação de longo alcance. Junto com ele vem
toda uma caravana de vários cruzadores de mísseis, várias fragatas,
várias corvetas e embarcações de apoio. Esta é uma tarefa muito
complicada, é necessária a criação de grupos de porta-aviões. Pelo menos
um para o Norte, e um para o Pacífico.”
Quanto ao
ano de 2013, entre os diversos eventos navais ele será lembrado não
somente pelas novidades da indústria. A demonstração da bandeira de
Santo André (a bandeira da Marinha russa) ao largo da costa da Síria por
navios do recém-formado agrupamento do Mediterrâneo mostra que a frota
russa, depois de uma longa pausa, voltou a entrar decisivamente no
Oceano Mundial e não pretende deixá-lo.
Autor: Nikita Sorokin
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