A chefa da diplomacia da União Europeia (UE), a italiana Federica
Mogherini, anunciou hoje que foram concluídas satisfatoriamente as
negociações para um acordo nuclear para assegurar que o Irã não fabrique
armas nucleares, que foi alcançado após a última reunião, nesta
terça-feira (14/7). “Pronto! Temos um acordo fechado”, divulgou a
diplomata através da rede social Twitter.
Mogherini confirmou
assim que finalmente houve um entendimento entre as partes, após quase
dois anos de negociações para limitar o programa atômico iraniano,
impedindo o país de produzir armas, ao mesmo tempo em que se levantarão
as sanções que estrangulam a economia desse país.
“Todos os
caminhos para a obtenção de armas nucleares estão cortados”, disse
Obama, em discurso realizado na Casa Branca, acompanhado do
vice-presidente Joe Biden.
“Esse acordo não está baseado na
confiança, e sim na verificação de fatos comprováveis”, destacou o
mandatário, que reforçou a informação dada por Mogherini, ao dizer que o
pacto impossibilita todas as vias possíveis para que o Irã obtenha
armamento nuclear. Obama também detalhou que os inspetores terão acesso
às instalações nucleares do Irã e que se o país violar o acordo, todas
as sanções que serão suspensas gradualmente nos próximos anos “voltarão a
ser impostas”.
“Existe um incentivo bem claro para que o Irã
cumpra o pacto, além de consequências também claramente explícitas em
caso de violação”, afirmou.
Além disso, Obama lembrou que o
Congresso do seu país, controlado pelo opositor Partido Republicano, era
cético com respeito às negociações com Irã, e que agora “terá uma
oportunidade de revisar os detalhes” do acordo. “Esse acordo mostra que a
diplomacia estadunidense é capaz de chegar a grandes e significativas
mudanças no cenário global”, completou o presidente dos Estados Unidos.
Por
sua parte, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius,
assegurou que o acordo é “histórico”, e destacou que ele “limita a
capacidade nuclear do Irã” além de “permitir que a República Islâmica se
reintegre à comunidade internacional”.
Ainda assim, explicou
que, segundo as condições do acordo, durante dez anos o Irã necessitará
ao menos doze meses para acumular o material necessário para produzir
uma arma nuclear. Nos cinco anos posteriores, esse período “seguirá
sendo longo”, garantiu Fabius.
Depois desses 15 anos, segundo
explicou o ministro francês, o Irã já estará incluído num “protocolo
adicional” do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que
permite inspeções da ONU às instalações do país sem limites nem avisos
prévios.
No caso de que Teerã desrespeite qualquer norma do
acordo nuclear recém alcançado, as sanções internacionais contra o país
voltarão a ser aplicadas imediatamente, segundo declarou um alto
funcionário estadunidense.
O acordo nuclear entre o G5 1 (China,
Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, mais a Alemanha) e o Irã
prevê que o programa de enriquecimento de urânio de Teerã seja limitado e
supervisado por um período de até 25 anos, enquanto que 95% do urânio
já produzido deverá ser diluído o enviado ao exterior
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