AE - Agência Estado
CAIRO - O presidente Mohamed Morsi concedeu poderes de
polícia ao Exército egípcio nesta segunda-feira, 10. A medida foi anunciada às
vésperas do controverso referendo constitucional, que deu origem a enormes e
violentos protestos de rua no país e resultaram na morte de sete pessoas, além
de deixar centenas de feridas.
O decreto,
publicado no diário oficial, ordena que os militares cooperem com a polícia
"para preservar a segurança e proteger as instituições estatais vitais,
durante um período de tempo limitado, até o anúncio dos resultados do
referendo", de acordo com uma cópia do documento obtida pela agência
France Press.
O Exército,
que governou o Egito entre a queda do ex-presidente Hosni Mubarak em fevereiro
de 2011 e a eleição de Morsi em junho deste ano, tem buscado permanecer neutro
em relação à crise política, embora tenha advertido que "não vai
permitir" que a situação se deteriore e pediu que os dois lados dialoguem.
Desde
quinta-feira, tanques do Exército estão ao redor do palácio presidencial, mas
os militares não entraram em confronto com os milhares de manifestantes que se
reúnem no local toda noite.
A oposição,
formada por seculares, liberais, esquerdistas e grupos cristãos, afirmou que
vai intensificar os protestos para prejudicar o referendo. Para os opositores,
a nova Constituição, redigida principalmente por aliados islamitas de Morsi,
enfraquece os direitos humanos, os direitos das mulheres, as minorias
religiosas e prejudica a independência do Judiciário.
Na noite de
domingo, o principal grupo de oposição, a Frente de Salvação Nacional, convocou
a realização de enormes protestos no Cairo contra o referendo, marcado para 15
de dezembro.
As
informações são da Dow Jones
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