Brasília - A presidenta Dilma Rousseff cobrou nesta terça
(24), durante seu discurso na abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações
Unidas, a reforma do Conselho de Segurança da ONU, conforme pleiteado desde
2005 pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. “É preocupante a limitada
representação do Conselho de Segurança da ONU face os novos desafios do século
XXI. Exemplo disso é a grande dificuldade de oferecer solução para o conflito
sírio e a paralisia no tratamento da questão Israel – Palestina”, argumentou
Dilma.
De acordo com a presidenta, a recorrente polarização entre
os membros permanentes gera imobilismo perigoso. “Urge dotar o conselho de
vozes ao mesmo tempo independentes e construtivas. Somente a ampliação do
número de membros, permanentes e não permanentes, e a inclusão de países em
desenvolvimento, em ambas as categorias, permitirá sanar o atual déficit de
representatividade e legitimidade do conselho”, defendeu.
Para ela, as reformas devem ser implementadas até 2015, ano
que marcará o 70º aniversário das Nações Unidas e o 10º aniversário da Cúpula
Mundial de 2005.
Conflito sírio
Dilma apoiou o acordo firmado entre Estados Unidos e Rússia
para a eliminação das armas químicas na Síria. Mas, ao contrário de Obama,
fincou pé que a solução para o conflito deve ser pacífica. “É preciso impedir a
morte de inocentes, crianças, mulheres e idosos. É preciso calar a voz das
armas – convencionais ou químicas, do governo ou dos rebeldes. Não há saída
militar. A única solução é a negociação, o diálogo, o entendimento”, defendeu.
Ela disse
ainda que o governo brasileiro repudia intervenções sem autorização do Conselho
de Segurança e que tais atitudes agravariam a instabilidade política da região
e aumentariam o sofrimento humano. “A história do século XX mostra que o
abandono do multilateralismo é o prelúdio de guerras, com seu rastro de miséria
humana e devastação. Mostra também que a promoção do multilateralismo rende
frutos nos planos ético, político e institucional”, disse.
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