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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Conheça o impacto no Irã das sanções impostas pelo Ocidente



     O Irã enfrenta sanções impostas por países como os Estados Unidos desde a Revolução de 1979, mas depois que o presidente Mahmoud Ahmadinejad reiniciou o programa nuclear do país, a ONU aprovou um pacote que impôs novas barreira, a cada ano, a partir de 2006.
     Em julho de 2012, a União Europeia baniu a compra e transporte de petróleo bruto iraniano, colocando fim a um acordo comercial que era responsável por cerca de 20% das exportações petrolíferas do país.
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     As sanções reduziram a exportação de petróleo cru no Irã para o seu menor nível desde 1986 - durante a guerra do Irã-Iraque. A moeda iraniana - o rial - também sofreu os efeitos da medida, com uma queda recorde em relação ao dólar.
     Foi também em 2012 que o Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou que o país entrou em recessão econômica pela primeira vez nas últimas duas décadas.
      Mas não foram apenas as sanções que dificultam a vida da população iraniana. O plano de reforma de subsídios do governo Ahmadinejad, introduzido em dezembro de 2010, também repercutiu na economia.
     As reformas tinham o objetivo de diminuir a pressão nos gastos públicos, cortando US$ 10 bilhões em subsídios à produção agrícola e de combustível no país.
      A reestruturação também pretendia amenizar os efeitos dos cortes com a introdução de um benefício mensal aos mais pobres para que pudessem gastar mais.
     No entanto, as medidas provocaram o aumento dos preços de comida e energia. Com o aumento dos preços de combustível, outros produtos ficaram mais caros, o que reduziu a demanda, causando demissão de trabalhadores e cancelamento de produção.
     O preço de um sangak, o pão nacional iraniano, subiu de um equivalente em libras esterlinas de US$ 0,09 centavos em 2007 para US$ 0,17 centavos em 2013. Uma família média consumiria cerca de 42 sangaks por mês, sendo assim o gasto passou de US$ 3,78 para US$ 7,14. Carne, arroz e leite também subiram de preço.
     Enquanto isso, o salário mínimo do país foi achatado em termos reais. Em 2010, ele valia mais do que 300m (?) rials por mês, o equivalente a US$ 275. Considerando-se os altos níveis de inflação, o salário mínimo de hoje, que é 487m (?) rials mensais, tem poder de compra de apenas US$ 134.
     A compra de carros está crescendo, já que a classe média iraniana prefere investir em veículos do que guardar dinheiro no banco, o que não vale a pena com a inflação alta e o colapso do câmbio. Entretanto, os carros ficaram mais caros, pois eles são produzidos com peças estrangeiras, cujo preço não para de subir.
     O desemprego continua alto, com taxa acima de 10% desde 1997. No entanto, extraoficialmente, acredita-se que a falta de trabalho seja ainda maior, com taxa de desemprego para mulher quase o dobro mais alta do que para homens.
     O Irã possui uma população jovem - em 2011, a idade média da população era de 30 anos. Com isso, o desemprego entre jovens de 15 a 29 anos mantêm-se extremamente alta, com taxa de 20% desde 2006.
     Os críticos de Ahmadinejad dizem que suas medidas populistas lhe deram popularidade perante as classes mais pobres, mas que ele negligenciou os investimentos na indústria. Durante seu tempo no poder, uma média de apenas 14.200 empregos foram criados por ano, enquanto seus antecessores mantiveram a criação de cerca de 695.400 postos de trabalho a cada ano.
     Um relatório do FMI em 2006 mostrava que o país tinha a maior taxa de saída de profissionais altamente capacitados entre 90 países estudados. De acordo com o documento, 150.000 das melhores "cabeças" estavam deixando o país a cada ano e, em 2011, as estatísticas oficiais do Irã diziam que quase 4.300 estudantes estava estudando no exterior.
     O Irã foi um dos primeiros países do Oriente Médio a permitir que mulheres pudessem estudar em universidades e, desde a Revolução Islâmica de 1979, foi feito um grande esforço para encorajar meninas a se matricularem em faculdades.
     Hoje em dia, matrículas de mulheres e homens nos níveis primário, secundário e terciário se mantiveram os mesmos. Na faculdade, as matrículas em 2011 chegaram a ser, de fato, um pouco maiores entre mulheres.
     Mas em setembro de 2012 um grande número de colégios e universidades fecharam cursos para mulheres. Nenhuma justificativa oficial foi dada para tal decisão, mas os críticos do governo acreditam que isso teria sido uma tentativa de restringir o acesso da mulher à educação para levá-las de volta para casa.
     Ainda é muito cedo para saber se essas mudanças já tiveram impacto no número de mulheres se matriculando em escolas e faculdades
 


 


 


 


 


 

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