Por que é impossível um acordo de paz
entre Israel e Palestina neste momento? Primeiro, existem três questões que
dividem palestinos e israelenses (os governos)
Jerusalém
Posição de
Israel – Considera a cidade sua capital indivisível
Posição da
Palestina – Reivindica a porção oriental da cidade, de maioria árabe muçulmana
e cristã palestina, como sua capital
Refugiados
Posição de
Israel – Não aceita o retorno das centenas de milhares de refugiados e seus
descendentes para o que hoje é Israel lembrando que um número similar de judeus
também foi obrigado a deixar países árabes. Não vê problemas nestas pessoas
voltarem para o futuro Estado palestino
Posição da
Palestina – Defende o direito de retorno dos refugiados para o que hoje é Israel.
Os judeus expulsos dos países árabes não seriam um problema dos palestinos, mas
de outras nações como o Egito e o Marrocos
Assentamentos e
Fronteiras
Posição de
Israel – Defende a permanência da maior parte dos assentamentos no lado
israelenses, com as fronteiras levando em conta as novas realidades no
território
Posição da Palestina – Exige a retirada da
maior parte dos assentamentos e as fronteiras com base nas linhas de armistício
existentes até 1967, com os ajustes necessários
Em segundo lugar, estas são apenas as posições oficiais, de
seus governos. Membros da coalizão israelense e integrantes do Hamas, que
controlam a Faixa de Gaza, são ainda mais distantes de um ponto comum
Os radicais
israelenses não aceitam a criação de um Estado palestino. Os milhões de
palestinos tampouco teriam direito à cidadania israelense. Para eles, os
palestinos podem governar as suas cidades em áreas controladas por Israel, em
um sistema existente até o início das negociações de Oslo, com a diferença de
que, agora, não poderiam mais cruzar para Israel, como no passado. Na prática,
um Apartheid
Os radicais
palestinos do Hamas, embora já tenham indicado, em algumas ocasiões, aceitar a
solução de dois Estados, ainda, muitas vezes, pregam a destruição de Israel.
Diante deste
cenário, como chegar ao acordo? Não chegarão, no curto e médio prazo até a
dinâmica do conflito se alterar e houver incentivos para um acordo, como
ocorreu no início dos anos 1990. O objetivo das negociações, neste momento, é
impedir mais uma vez os EUA serem alvo de humilhação nas Nações Unidas, onde o
sentimento pró-Palestina é quase unânime, a não ser pelos americanos,
canadenses, tchecos e algumas ilhotas no Pacífico. Barack Obama poderá fingir
que a paz vem sendo negociada, enquanto chega ao fim de seu mandato,
fracassando como Bill Clinton e George W. Bush. Os palestinos aceitam porque
seus líderes vivem de mesada americana.
A solução é óbvia, como escrevo em todos
os meus artigos sobre Israel-Palestina. A criação de um Estado independente tendo
as fronteiras de 1967 como base. Os principais blocos de assentamentos próximos
à fronteira, porém, ficariam com Israel. Em troca, os palestinos receberiam
terras em outras áreas. Jerusalém seria uma municipalidade unificada, capital
dos dois Estados. No caso palestino, mais simbólica, com a sede da Presidência,
mas com a administração e a burocracia ficando em Ramallah, a poucos
quilômetros de distância (da avenida Paulista ao Morumbi). Israel reconheceria
que muitos palestinos foram expulsos ou obrigados a sair na Guerra de
Independência. Mas os refugiados e seus descendentes poderiam voltar apenas
para o Estado palestino.
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