A operação visou garantir a segurança da operação de
carga das armas químicas da Síria e a sua escolta do porto de Latakia
até à costa da Itália.
O
primeiro carregamento de substâncias tóxicas militares foi retirado da
Síria a 7 de janeiro. O Ministério da Defesa da Rússia e o MRE chinês
expressam a mesma opinião: a interação do cruzador porta-mísseis russo Petr Velikiy e da fragata Yancheng
durante a missão decorreu com sucesso. Ambos os navios realizaram a
escolta e acompanhamento da viagem do navio Ro-Ro dinamarquês Ark Futura com as armas químicas sírias a bordo.
Moscou
e Pequim insistiram a nível diplomático que a eliminação das armas
químicas sírias era parte da solução do problema sírio, referiu a esse
respeito o perito em assuntos navais Prokhor Tebin. Foram também a
Rússia e a China a usar o seu potencial militar para a sua resolução
pacífica:
“Esta operação é importante para a China e
para a Rússia. Especialmente para a China, porque esta é na prática a
primeira vez que a China se vê envolvida numa missão militar naval
importante longe do seu próprio território. A China participou em
missões de combate à pirataria internacional, mas o seu papel foi
bastante limitado. A Rússia e a China são parceiros estratégicos. Os
dois países tendem a tomar posições semelhantes e frequentemente comuns
relativamente a diversas questões de segurança internacional. Este tipo
de interação entre os seus navios de guerra é necessário e útil.”
Durante
a operação no Mediterrâneo, os navios russo e chinês mantiveram entre
si uma distância rigorosamente definida pelos regulamentos navais e
pelas ordens da missão. Durante toda a viagem de carregamento e
transporte da carga, eles estiveram em comunicação permanente via rádio.
Todos os movimentos eram rigorosamente coordenados. Para isso, segundo
afirmou o comandante da força-tarefa da Marinha de Guerra da Rússia no
Mediterrâneo capitão-de-mar-e-guerra Oleg Peshkurov, a bordo do Petr Velikiy
foi criado um centro de comando coordenado. Durante a missão nesse
centro se encontravam oficiais de ligação das marinhas da China, da
Dinamarca e da Noruega.
A manutenção da segurança das
operações de carregamento e transporte das armas químicas sírias não se
limitou a evitar que as substâncias tóxicas pudessem contaminar o mar ou
o pessoal que as manipulava. Durante uma missão militar nunca é de
excluir a possibilidade de ocorrer alguma provocação, inclusivamente com
recurso às armas. Os objetivos podem ser vários: impedir a operação,
minar o prestígio da comunidade internacional e dos países encarregados
da missão para retirar da Síria as armas químicas e destruí-las.
Também
é elevada a probabilidade de existirem tentativas dos terroristas
radicais islâmicos para capturarem pelo menos parte da carga
transportada para futura chantagem ou uso dessas armas. Por isso o Petr Velikiye a Yancheng deviam
não apenas seguir de ambos os lados, ou à vante e à ré, do navio
dinamarquês que transportava a carga mortífera. A escolta pressupunha um
controle conjunto da situação operacional tanto na superfície do mar,
como no ar, como debaixo de água.
O sucesso nessa
interação não foi alcançado apenas pela elevada prontidão dos
marinheiros russos e chineses. Eles também tinham adquirido experiência
ao longo das manobras conjuntas Interação Naval. As primeiras manobras
de navios de guerra da história dos dois países decorreram no mar
Amarelo em 2012. Um ano depois, as manobras foram repetidas no mar do
Japão, no Golfo de Pedro o Grande, perto de Vladivostok. Em ambos os
casos estiveram envolvidos até 25 navios de diferentes classes para
treinar a interação na escolta de navios e no reabastecimento em alto
mar. Os marinheiros russos e chineses também treinaram em conjunto
manobras de defesa antissubmarino, antiaérea e anti-navio com o apoio de
caças e helicópteros embarcados.
Para este ano estão
previstas novas grandes manobras militares navais conjuntas da Rússia e
da China. O cenário é o mesmo: o combate ao terrorismo no mar. Mas por
enquanto o cruzador Petr Velikiy e a fragata Yancheng
se encontram nas zonas que lhes foram destinadas no Mediterrâneo. Os
navios estão prontos a continuar um trabalho coordenado para garantir a
segurança da retirada de mais um carregamento de armas químicas sírias.
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